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17/02/2003 - 12h09

"Realismo poético" premia Winterbottom no festival de Berlim

FABIO CYPRIANO
enviado especial a Berlim

A orientação fortemente política que Dieter Kosslick, diretor do 53º Festival de Cinema de Berlim, forjou na mostra competitiva teve reflexos na decisão do júri presidido pelo diretor canadense Atom Egoyan. "In this World", do inglês Michael Winterbottom, ganhou o Urso de Ouro por sobressair-se de forma poética e visualmente bela entre as produções realistas do festival.

Mas o júri valorizou também o entretenimento inteligente, ao dar o Urso de Prata para "Adaptação", do americano Spike Jonze, uma sátira sobre as dificuldades de um roteirista em Hollywood, enquanto o alemão "Good Bye, Lenin!", uma comédia sobre a queda do Muro de Berlim, recebeu o prêmio Blue Angel por melhor produção européia.

O Brasil, que ficou fora da mostra competitiva, acabou recebendo um prêmio independente. Foi com "Amarelo Manga", de Cláudio Assis, considerado o melhor filme no Forum -uma das sessões paralelas do festival.

A premiação de atores não foi inesperada. Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman dividiram, merecidamente, o Urso de Prata, pela atuação em "As Horas". Sam Rockwel recebeu o Urso de Prata como ator por "Confessions of a Dangerous Mind", dirigido por George Clooney.

O francês Patrice Chéreau, a mais controversa premiação, vaiado no anúncio para a imprensa, ganhou como melhor diretor por "Son Frère". Finalmente, o chinês Zhang Yimou, com "Hero", que concorre ao Oscar de filme estrangeiro, levou o prêmio Alfred Bauer, nome do fundador da Berlinale.

Oliver Stone e Brasil

A temática de crítica política do festival acabou respingando ainda no Brasil. O diretor Oliver Stone, que apresentou na sessão Panorama seu primeiro documentário, "Comandante", sobre Fidel Castro, defendeu o ditador criticando o Brasil. "Querem falar de democracia? Onde vocês acham que existe democracia? No Brasil, onde boa parte da população é privada de água potável, saúde e educação? Cuba oferece tudo isso, mas, para vocês, não é uma democracia", disse Stone na entrevista para a imprensa.

"Comandante" traça um perfil bastante favorável a Fidel, ao apresentá-lo em situações aparentemente cotidianas, com seus filhos, caminhando (e sendo idolatrado) pelas ruas de Havana.

Stone passou três dias registrando com quatro câmeras entrevistas com Fidel, com o compromisso que o ditador poderia interromper as gravações na hora em que quisesse. Mas, mesmo em situações embaraçosas, Fidel utilizou sua conhecida retórica. "O senhor é um ditador?", perguntou Stone. "Desde que o muro caiu, trabalho 14 horas por dia. Eu sou um escravo do povo."

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