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20/02/2003 - 03h02

Megaexposição sobre a China reúne 260 peças históricas

ALEXANDRA MORAES
da Folha de S.Paulo

Mais do que uma mostra de arte chinesa, a exposição "China: Os Guerreiros de Xi'An e os Tesouros da Cidade Proibida", que é inaugurada hoje, para convidados, na Oca, em SP, sela o estabelecimento de relações mais profundas entre Brasil e China.

Ao lado das estátuas em terracota, desenterradas em 1974 após mais de dois milênios sob o solo de Xi'An, antiga capital chinesa, e dos objetos das dinastias Hang, Tang, Ming e Qing, está o desejo de fortalecer os laços culturais -e comerciais- entre os dois representantes da Ásia e da América do Sul.

Para isso, nenhum dos lados poupou esforços nem investimento. A iniciativa da exposição partiu da BrasilConnects, a partir de uma visita feita à China com uma comitiva do governo brasileiro, em 2001. "Entendemos que a China é um dos mais importantes parceiros para o Brasil hoje", afirma o presidente do Conselho da BrasilConnects, Edemar Cid Ferreira. Não por acaso, paralelamente à mostra, no fim de abril, ocorre um seminário sobre as relações comerciais e culturais entre os dois países.

A China, por sua vez, abriu uma exceção ao parceiro sul-americano: autorizou a saída ao exterior de 260 peças históricas para a mostra apresentada no prédio de Niemeyer, apesar de uma lei chinesa não permitir que esse número seja maior que 140.

A expectativa quanto ao intercâmbio entre os dois países é confirmada por Wang Zhenmao, consultor cultural da embaixada da República Popular da China. "Espero que o intercâmbio cultural entre Brasil e China se fortaleça cada dia mais." E não apenas cultural, como o próprio Zhenmao lembra, ao citar minério e carne como alguns dos produtos que o Brasil oferece mais comumente à China. "Você sabia que vão lançar um satélite brasileiro a partir da China?", pergunta, sobre o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-2), parte de um programa de cooperação espacial entre Brasil e China.

O entusiasmo também envolve o coordenador do Museu do Palácio Imperial, Li Yongxing, e o coordenador dos museus da Província de Shaanxi (onde fica Xi'An), Jin Xianyong, que engrossa o coro da troca cultural ao lembrar que a mostra tem obras, principalmente as mais recentes, "que podem comprovar o intercâmbio entre chineses e ocidentais, em traços que remetem à influência ocidental".

A exposição custou "entre US$ 1,2 milhão e US$ 1,5 milhão" (aproximadamente R$ 4,5 milhões), segundo Edemar Cid Ferreira. As cifras foram bancadas pela iniciativa privada e apoiadas pela lei Rouanet. Dentro da Oca há estandes de promoção de alguns dos patrocinadores.

O valor não inclui o seguro das peças, que ficou em US$ 600 mil (cerca de R$ 2 milhões), apresentado por Edemar como uma das justificativas para o atraso da exposição, que estava programada para acontecer em outubro do ano passado. "A negociação do seguro durou um ano, pois a China exige que, no caso de perda total, além de receber o valor em dinheiro, o país receba também o salvado, ou seja, aquilo que resta da obra. O patrimônio chinês tem de voltar à sua origem, temos a obrigação de devolvê-lo", diz.

A integridade das obras também está a cargo da Polícia Federal, responsável pela segurança durante o transporte, a inauguração e no decorrer da exposição.

Como parte do acordo entre a BrasilConnects e as autoridades do governo e dos museus chineses, está prevista a realização de uma exposição sobre o Brasil na Cidade Proibida em 2004 e outra em 2008. "Vamos ter obras de Franz Krajcberg e Arthur Omar, com foco forte na Amazônia", diz Edemar.

E, depois de China e Rússia (que foi tema de mostra na Oca em 2002), o próximo passo da BrasilConnects é em direção à Índia.

Especial
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