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21/02/2003 - 03h55

Paranóia de Cage em "Adaptação" ultrapassou a tela

PAOULA ABOU-JAOUDE
da Folha de S.Paulo, em Los Angeles

Em "Adaptação", Nicolas Cage -em papel que pode lhe render o seu segundo Oscar- interpreta a estranha dupla de irmãos-roteiristas Charlie e Donald Kaufman. O primeiro tenta adaptar o best-seller de uma escritora nova-iorquina, mas suas crises de ansiedade não lhe deixam progredir. Ele busca então a ajuda do irmão, roteirista mais bem-sucedido.

Folha - Você interpreta o verdadeiro roteirista do filme e seu fictício irmão gêmeo. Como é essa dinâmica ator-roteirista-personagem?
Nicolas Cage -
Fiquei bastante ansioso pelo fato de Charlie estar me observando direto. Quando ia entrevistá-lo em restaurantes, ele pegava o menu e enfiava debaixo do braço, dobrava-o, fazia de tudo. Não sabia se estava me dando toques para fazer o mesmo no filme ou se queria me provocar. Vivemos num vórtice paranóico.

Folha - Charlie Kaufman é um roteirista-personagem ultra-ansioso. E você, como lida com a ansiedade?
Cage -
Procuro um jeito de colocá-la a serviço do personagem. Se estou ansioso, pergunto ao diretor se posso pôr um pouco da inquietude em cena. Ou faço um take até explodir a ansiedade, depois faço outro, mais relaxado.

Folha - Você já trabalhou com seu tio Francis Ford Coppola em filmes como "Selvagem da Motocicleta" e "Cotton Club", e agora se reune à ala jovem da família, com seu primo Spike Jonze. Que diferenças há entre um e outro?
Cage -
Minha experiência com Spike foi totalmente única. Spike não está sendo esquisitão somente para criar uma imagem. Ele é um artista que se desnuda para mostrar o que está sentindo. Não dá para comparar Spike com Francis, pois foram duas coisas totalmente diferentes. O projeto de Francis era muito maior, já que tinha mais dinheiro envolvido e muito mais palpites dos graúdos do estúdio.
 

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