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21/02/2003
-
05h04
da Folha de S.Paulo
Abafada do debate desde a assinatura por FHC, no final de dezembro, a lei que obriga os CDs a serem numerados na fábrica segue tramitando nos bastidores. A data final para que as novas disposições entrem em vigor é 22 de abril, e até lá as partes se movem em silêncio.
A Associação Brasileira dos Produtores de Discos, que de início reagira afirmando a inviabilidade de controlar desse modo vendas de CDs, afirma não ter um posicionamento oficial sobre como levará a lei a cabo.
Mas até o músico Lobão, líder da reivindicação, transmite otimismo: "Estou sabendo que as gravadoras estão se preparando para cumprir a lei".
O empresário Steve Altit, suplente de Ivan Lins na comissão que discutia a lei, concorda. "Pelo que sei, não haverá aumento de preço. O processo industrial não muda nada."
Lobão diz que a associação de músicos montada simultaneamente à assinatura da lei tem reunião de definição de diretrizes marcada para segunda-feira. O presidente nomeado da associação é Victor Neto, que dirige o Sindicato dos Músicos do Rio.
Altit critica o silêncio do novo ministro da Cultura sobre o tema: "Gilberto Gil não se manifestou, me impressiona essa atitude de descaso. Duvido que ele tenha sequer lido o projeto".
Gilberto Gil não compra a provocação, admite distância do assunto e afirma: "Não pretendo intervir até que seja chamado, ou até que o ministério julgue que isso seja necessário".
O NÃO-LANÇAMENTO
Em 1973, Jards Macalé agitou um show coletivo com o objetivo de comemorar o 25º aniversário da Carta de Declaração dos Direitos Humanos da ONU. Em tempo de regime militar, dirigiu em show humanitário e posterior disco beneficente "O Banquete de Mendigos", com Paulinho da Viola, Edu Lobo, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gal Costa, Raul Seixas e outros. O disco foi proibido pela Censura, que só revogou a decisão em 79. Hoje o álbum duplo enfrenta veto de outra ordem, comercial -a gravadora BMG, dona dos direitos, nunca o lançou em CD, nem após a recente homenagem a Macalé na sede carioca da ONU.
OS VIVOS E OS MORTOS
Inimigo de sua própria criação, Roberto Carlos vetou a reedição de "Quero que Vá Tudo pro Inferno" na caixa de Nara Leão, mas nem sempre ele tem agido assim. Em novembro passado, a música foi relançada na caixa do parceiro Erasmo. Naquela gravação, os vocais eram divididos com Caetano Veloso.
SEM REMIX
Enquanto isso, o projeto de remixes de hits de Roberto Carlos está emperrado. Ele usou dois dos remixes em seu CD de Natal, e o resto continua engavetado. O presidente da Sony, José Antonio Eboli, diz que desde o início a possibilidade de lançamento era "remota". "Isso continua na mesma situação. Talvez o lancemos ou não", diz.
TRAMA FEMININA
A Trama bancará a volta da roqueira (e clubber) gaúcha Laura Finocchiaro. Ela coligou seu selo independente à gravadora para lançar um novo CD, que trará parceria com Tom Zé ("Ela, Eu"). E a Distribuidora Independente, da Trama, reeditará os únicos três discos que Laura gravou em mais de 20 anos de carreira.
Numeração de CDs tem até 22 de abril para vigorar
PEDRO ALEXANDRE SANCHESda Folha de S.Paulo
Abafada do debate desde a assinatura por FHC, no final de dezembro, a lei que obriga os CDs a serem numerados na fábrica segue tramitando nos bastidores. A data final para que as novas disposições entrem em vigor é 22 de abril, e até lá as partes se movem em silêncio.
A Associação Brasileira dos Produtores de Discos, que de início reagira afirmando a inviabilidade de controlar desse modo vendas de CDs, afirma não ter um posicionamento oficial sobre como levará a lei a cabo.
Mas até o músico Lobão, líder da reivindicação, transmite otimismo: "Estou sabendo que as gravadoras estão se preparando para cumprir a lei".
O empresário Steve Altit, suplente de Ivan Lins na comissão que discutia a lei, concorda. "Pelo que sei, não haverá aumento de preço. O processo industrial não muda nada."
Lobão diz que a associação de músicos montada simultaneamente à assinatura da lei tem reunião de definição de diretrizes marcada para segunda-feira. O presidente nomeado da associação é Victor Neto, que dirige o Sindicato dos Músicos do Rio.
Altit critica o silêncio do novo ministro da Cultura sobre o tema: "Gilberto Gil não se manifestou, me impressiona essa atitude de descaso. Duvido que ele tenha sequer lido o projeto".
Gilberto Gil não compra a provocação, admite distância do assunto e afirma: "Não pretendo intervir até que seja chamado, ou até que o ministério julgue que isso seja necessário".
O NÃO-LANÇAMENTO
Em 1973, Jards Macalé agitou um show coletivo com o objetivo de comemorar o 25º aniversário da Carta de Declaração dos Direitos Humanos da ONU. Em tempo de regime militar, dirigiu em show humanitário e posterior disco beneficente "O Banquete de Mendigos", com Paulinho da Viola, Edu Lobo, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gal Costa, Raul Seixas e outros. O disco foi proibido pela Censura, que só revogou a decisão em 79. Hoje o álbum duplo enfrenta veto de outra ordem, comercial -a gravadora BMG, dona dos direitos, nunca o lançou em CD, nem após a recente homenagem a Macalé na sede carioca da ONU.
OS VIVOS E OS MORTOS
Inimigo de sua própria criação, Roberto Carlos vetou a reedição de "Quero que Vá Tudo pro Inferno" na caixa de Nara Leão, mas nem sempre ele tem agido assim. Em novembro passado, a música foi relançada na caixa do parceiro Erasmo. Naquela gravação, os vocais eram divididos com Caetano Veloso.
SEM REMIX
Enquanto isso, o projeto de remixes de hits de Roberto Carlos está emperrado. Ele usou dois dos remixes em seu CD de Natal, e o resto continua engavetado. O presidente da Sony, José Antonio Eboli, diz que desde o início a possibilidade de lançamento era "remota". "Isso continua na mesma situação. Talvez o lancemos ou não", diz.
TRAMA FEMININA
A Trama bancará a volta da roqueira (e clubber) gaúcha Laura Finocchiaro. Ela coligou seu selo independente à gravadora para lançar um novo CD, que trará parceria com Tom Zé ("Ela, Eu"). E a Distribuidora Independente, da Trama, reeditará os únicos três discos que Laura gravou em mais de 20 anos de carreira.
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