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06/03/2003 - 05h48

Festival argentino dá close nos latino-americanos

SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

O 18º Festival de Cinema de Mar del Plata, que começa hoje no balneário argentino, tem o objetivo de enfatizar "o bom momento das cinematografias espanhola, brasileira e argentina", de acordo com o diretor artístico da mostra, o cineasta Miguel Pereira.

Até o dia 15, serão exibidos 131 títulos, em longas e curtas-metragens, nos cinemas da cidade e numa tela ao ar livre. O Brasil tem um filme na competição -"Separações", de Domingos Oliveira-, cinco títulos nas seções paralelas e duas retrospectivas dedicadas aos cineastas Nelson Pereira dos Santos e Walter Salles.

"Vai ser uma prova. Estou curioso para saber se eles [os argentinos] terão prazer em me conhecer", diz Oliveira. O cineasta acompanhará a primeira exibição de seu longa fora do Brasil ao lado da mulher, a atriz Priscilla Rozenbaum, com quem estrela o filme. "Separações" é livremente inspirado na vida do casal e acumula mais de 70 mil espectadores no país, desde a estréia em janeiro.

"Todo artista quer que a obra fale por si mesma. Tenho certeza de que tenho uma visão de mundo muito particular. Mas, aqui, sou muito notado. As pessoas conhecem a minha vida. Por isso estou achando ótimo ir", afirma.

Entre os outros 15 filmes que disputam com o brasileiro, há produções da Alemanha, Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, Irã, Israel, Finlândia e México, além dos já citados Argentina, Brasil e Espanha. Os EUA vão com dois títulos de selos independentes.

"Os grandes festivais europeus têm se transformado em plataforma de lançamento de filmes hollywoodianos, o que diminui ainda mais o espaço já reduzido das outras cinematografias. Queremos fazer o contrário disso: afirmar que nossas raízes são latino-americanas, mas também abrindo os ramos para a cinematografia do mundo", diz Pereira.

Atento à grave crise econômica que atinge a Argentina, o festival evitará gastos com festas e o financiamento de estadas luxuosas para nomes do showbiz. O ingresso às sessões custa dois pesos (aproximadamente R$ 2,20).

O júri da mostra é composto exclusivamente de cineastas, incluindo a brasileira Suzana Amaral e o argentino Carlos Sorín. Os demais representam Espanha (Ventura Pons), Estados Unidos (Ulu Grosbard), França (Pascal Bonitzer) e Índia (Deepa Mehta).

Nas seções paralelas há filmes de estreantes, novos títulos de cineastas reconhecidos e de diretores em ascensão e clássicos argentinos. O colombiano Rodrigo Triana (filho de Jorge Alí Triana, que venceu no ano passado com "Bolivar Soy Yo") mostra seu primeiro longa -"Como el Gato y el Raton" (Como Gato e Rato).

"Salomé", do espanhol Carlos Saura, está na seleção oficial fora de competição, assim como "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, que abre o festival. A mostra Ponto de Vista exibe, entre outros, "A Festa Nunca Termina", de Michael Winterbottom, e "The Magdalene Sisters" (As Irmãs Magdalene), vencedor em Veneza no ano passado.

Outros brasileiros presentes na mostra são: "Dois Perdidos numa Noite Suja", de José Joffily, "Moro no Brasil", de Mika Kaurismäki, "Netto Perde a Sua Alma", de Beto Souza e Tabajara Ruas, e "Uma Vida em Segredo", de Suzana Amaral.

Nelson Pereira dos Santos indicou à organização os títulos que julga mais representativos para uma pequena retrospectiva de sua obra. Serão mostrados "Rio, 40 Graus", "Vidas Secas", "Como Era Gostoso o Meu Francês" e "Estrada da Vida".

De Walter Salles, o festival selecionou parte da produção documental: "Krajcberg, o Poeta dos Vestígios", "Socorro Nobre", "Somos Todos Filhos da Terra" e "A Saga de Castanha e Caju contra o Encouraçado Titanic".
 

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