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08/03/2003 - 09h13

Irmãos Lumière são homenageados em "Lumière e Cia."

INÁCIO ARAUJO
crítico da Folha de S.Paulo

Em 1995, quando se comemorava o centenário do cinema, 40 cineastas (ou 41, conforme a fonte) toparam o desafio de rodar, cada um, um filme de 52 segundos de duração, com no máximo três planos.

Eles usariam a câmera original dos irmãos Lumière, Louis e Auguste, que entraram para a história como os inventores do cinema. Os filmes não teriam som sincronizado.

Toparam refazer a trajetória dos Lumière, entre outros, cineastas tão distantes entre si quanto Jacques Rivette e Peter Greenaway, tão afastados, no espaço, quanto os americanos David Lynch e Spike Lee, o japonês Kiju Yoshida, a sueca Liv Ullman. O resultado é "Lumière e Cia." (amanhã, 22h15, Telecine Emotion).

Nenhuma homenagem aos Lumière é excessiva, e este é um filme muito falado, mas que não passou nos cinemas brasileiros, provavelmente porque os filmes da maior parte desses realizadores costumam chegar até nós, mas, juntos, os 41 não têm valor de mercado.

Sobretudo porque seus pequenos trabalhos evocarão uma obra descomunalmente desconhecida. E também descomunal. O título de "inventores do cinema" dado aos Lumière talvez seja contestável. Havia uma série de pesquisadores tentando pôr em prática uma idéia que estava no ar.

Mas a beleza dos filmes Lumière é única. Seja as cenas mais conhecidas, como a "Chegada do Trem na Estação Liotat", seja qualquer outra, eram dotadas de um sentido estético profundo e de uma paixão por captar a realidade que deixou traços profundos em tudo o que se faria dali por diante.

Assistir a essa homenagem aos Lumière é obrigatório. No dia em que um canal de TV paga conseguir trazer até nós uma série dos filmes dos Lumière em pessoa, aí veremos um grande -e único- momento do cinema.
 

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