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10/03/2003 - 10h57

Ciclo em São Paulo reflete a atualidade da peça "Arturo Ui"

VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo

Uma peça em que Bertolt Brecht expõe a teatralidade do fascismo e sua espinhosa floração capitalista inspira o ciclo de debates "Estado de Sítio Mundial - Brecht e as Regras da Exceção", a partir de hoje.

"A Resistível Ascensão de Arturo Ui" (1941) é uma parábola sobre o poder sustentado por palavras, armas, suborno e lucro.

Arturo Ui lidera uma gangue de atacadistas que busca o monopólio dos negócios em Chicago. O personagem-título remete às figuras do líder nazista Adolf Hitler ou do gângster Al Capone, sobretudo pela retórica idealista.

O alemão Brecht (1898-1956) recomendava, em caso de montagem, que se evitasse a paródia: "O elemento cômico deve ser, até certo ponto, revoltante."

Em processo de criação do espetáculo, que estréia em junho, a cia. Teatro de Narradores organizou o ciclo no Cacilda Becker.

São cinco encontros gratuitos, sempre às segundas-feiras, com pensadores ou companhias que refletem o contexto histórico e a atualidade da peça.
Na abertura, hoje, o filósofo Paulo Arantes fala do "Estado de Sítio Mundial: Notícias de Uma Guerra Cosmopolita".

O tema da próxima semana é "Da República de Weimar à Periferia Capitalista sob a Devastação Neoliberal", com o sociólogo Francisco de Oliveira e o historiador Jorge Grespan.

Um dos panos de fundo da peça é a República de Weimar (1919-1933), governada por opositores ao regime republicano alemão e epicentro de revoluções que transcenderam o campo da política e alcançaram o das artes.

No dia 24/3, a filósofa Olgária Matos, a historiadora Angela Mendes de Almeida e a socióloga Annie Dymetman aprofundam a discussão em "A República no Tempo de Weimar".

A professora de teoria literária Iná Camargo Costa e o professor de literatura brasileira José Antonio Pasta Jr. encontram-se no dia 31/3 para abordar ""Arturo Ui" e o Trabalho de Brecht".

O ciclo termina no dia 7/4 com a mesa-redonda "Caminhos do Teatro Épico", com grupo Teatro de Narradores, Cia. do Latão, cia. São Jorge de Variedades, Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Folias d'Arte e Cia. do Feijão.

Dirigido por José Fernando Azevedo, o Teatro de Narradores tem identificação com a linguagem épica. O grupo surge na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, em 1996, mas vai se consolidar como tal em 1998. Entre as montagens do currículo, estão "A Lata de Lixo da História" (1996), de Roberto Schwartz, e "Macário" (2002), de Álvares de Azevedo.

ESTADO DE SÍTIO MUNDIAL - BRECHT E AS REGRAS DA EXCEÇÃO - Ciclo sobre a peça "A Resistível Ascensão de Arturo Ui", de Bertolt Brecht.
Onde:,/b> teatro Cacilda Becker (r. Tito, 295, SP, tel. 0/xx/ 11/ 3864-4513).
Quando: de hoje a 7/4, às seg., 20h
Quanto: entrada franca
 

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