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17/03/2003 - 10h41

França envia "olheiros" a SP e Rio para escalar peças

VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo

Eis um evento feito propositadamente para francês ver. Trinta e quatro espetáculos contemporâneos de dança e teatro serão apresentados em São Paulo e Rio de Janeiro, entre hoje e sexta-feira, para uma platéia de "olheiros" do país de Molière.

A mostra foi organizada para atender a uma comissão de sete programadores que busca atrações para a próxima temporada dos palcos da França, onde o ano das artes cênicas começa tradicionalmente em setembro.

Participam do projeto o Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho, os grupos Teatro da Vertigem, Sobrevento, Caixa de Imagens, Armazém Cia. de Teatro, as coreógrafas Márcia Milhazes, Vera Sala, Renata Melo, enfim, nomes que se destacaram dos anos 90 para cá.

A ênfase em repertórios possibilita rever, por exemplo, "Auto da Paixão - Doze Cânticos de Amor e Morte" (1993), do pernambucano Romero de Andrade Lima e sua Cia. Circo Branco.

Ou, por outro lado, pode-se assistir à montagem homônima de Enrique Diaz para o romance "A Paixão Segundo G.H.", de Clarice Lispector, monólogo que vem do Rio, interpretado por Mariana Lima, e estréia temporada paulistana ainda neste semestre.

Em São Paulo, boa parte das apresentações é aberta ao público, com entrada franca. A programação acontece de quarta a sexta-feira próximas, concentrada principalmente no Sesc Belenzinho.

As sessões vão das 11h às 21h, exigindo fôlego de artistas, produtores e público para a minimaratona (veja quadro nesta pág. com a programação dos espetáculos presentes na mostra).

No Rio, a mostra acontece hoje, amanhã, sábado e domingo.
Um dos responsáveis pela seleção, o produtor cultural Fábio Ferreira, também à frente do festival Riocenacomtemporânea, no Rio, afirma que os sete programadores convidados são relacionados à Onda, nome fantasia da organização não-governamental ligada ao Ministério da Cultura da França, encarregada de promover intercâmbios com outros países.

Ano brasileiro na França

Segundo Ferreira, a disposição dos produtores em vir ao país (eles se recusam a assistir a vídeos ou ensaios) reflete a atenção para com 2005, eleito o ano da cultura brasileira na França.

A organização tentou esticar essa primeira amostragem para as capitais de Curitiba e Recife, mas ainda não foi desta vez, por causa da agenda curta da missão francesa. A intenção é transcender aos recortes paulista e carioca nas próximas visitas dos programadores, ao longo deste e do próximo ano.

Além de Ferreira, a seleção das companhias de dança e teatro do Rio e São Paulo foi feita por César Augusto, Lia Rodrigues, Silvia Soter, Dora Leão e Ricardo Muniz Fernandes.

Os produtores, que chegariam ontem ao país, são: Jean-Marie Hordé, diretor do teatro La Bastille, em Paris; Alain Wininger, do La Scène Nationale de Chalons en Champagne; Philippe Ariagno, do La Scène Nationale de Gap; José Manuel Gonçalves, do La Scène Nationale La Ferme du Buisson; Jean-François Chounier, comissário do Ano do Brasil 2005; Fabien Jannelle, diretor da ONG Onda; e Philippe Lherbier, conselheiro da Onda.

A organização é do Riocenacomtemporânea e da Onda, com apoio do Sesc São Paulo e dos consulados da França em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Reforçados nos últimos dois anos, sobretudo pela troca no campo da dramaturgia, os laços cênicos entre Brasil e França marcam mais um tento em junho próximo, quando o Festival de Montpellier - Primavera dos Comediantes dedica um segmento exclusivo à cultura popular brasileira que se expressa por meio da dança e do teatro.
 

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