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23/03/2003 - 16h31

Cazé Peçanha promete anarquia em novo programa na MTV

FERNANDA DANNEMANN
da Folha de S. Paulo

Estréia amanhã, às 20h, ao vivo, o "Buzzina MTV", novo programa do VJ Cazé Peçanha, 35. Improviso, escracho e matérias feitas em todo o país por pessoas que queiram participar são a aposta da emissora. Para Cazé, "o caráter anárquico dá tesão".

Folha - Como vai ser o "Buzzina"?

Cazé -
Vamos do besteirol aos temas de grande impacto, como a guerra contra o Iraque. A idéia é provocar o telespectador. Podemos fazer enquetes, esquetes, entrevistas por telefone, trocas de figurino, ter convidados.

O caráter anárquico dá tesão. Fizemos uma parceria com a Associação Brasileira de Televisão Universitária, e estudantes do país inteiro poderão fazer matérias pautadas por nós. E, através do site da MTV, qualquer pessoa pode se inscrever e mandar matérias via vídeo ou ao vivo, pelo celular.

Folha - Como ser escrachado sem errar na mão?

Cazé -
Muita gente me diz que consigo zoar as pessoas sem que elas fiquem mal. Mas a gente pode errar. Lembro de uma situação no "VJ por Um Dia", quando demorei a perceber que a garota que eu zoava estava incomodada. Cheguei perto e percebi. Recuei e dei uma acolhida nela. Quando acontece me sinto péssimo. As pessoas têm diferentes níveis de tolerância.

Folha - Ter trabalhado dois anos na TV Globo tornou você mais conhecido?

Cazé -
Nas classes mais populares sim, mas continuei sendo o Cazé da MTV.

Folha - Seu cartaz aumentou na MTV?]

Cazé -
Aumentou, mas a volta foi difícil. A reação do público era uma incógnita: quem sai da MTV pode ser visto como se tivesse sido contaminado por outra marca. Mas não perdi minha identidade.

Folha - Talvez por isso não tenha dado certo?

Cazé -
Muita gente gostou do "Sociedade Anônima", mas isso não foi suficiente pra concorrer com o Silvio Santos. Então fui para o "Fantástico". Lá, acho que os problemas foram editoriais mesmo, porque eu entrava com 30 e saía com 33 pontos. [Cada ponto equivale a 47 mil domicílios na Grande SP].

No fim do meu contrato, fiz o Ronaldo Caiado -líder da UDR, extremamente conservador e associado a questões ecológicas de maneira negativa- plantar uma árvore no jardim do Congresso Nacional. Foi um feito histórico e não foi ao ar. Ridículo!

Folha - E por que não foi ao ar?

Cazé -
Ah, não sei, aí tem que perguntar pro [Carlos Henrique] Schroder [diretor da Central Globo de Jornalismo]. O pessoal do "Fantástico" adorava, mas a coisa parava nele. Conversei com ele quando o quadro estava em desenvolvimento, e ele não sabia se seria positivo. Alegava temer melindrar fontes do "Jornal Nacional".

Folha - Hoje você pensaria duas vezes, diante de um convite?

Cazé -
Não tenho o menor interesse em sair. Quando saí, foi pelo sonho de trabalhar com o "Casseta & Planeta" e pela possibilidade de alcançar um público bem maior. Mas não foi isso o que aconteceu. Participei de pesquisas de público na Globo e vi que a marca da MTV é muito forte.

Tenho uma exposição muito maior na mídia aqui. Na MTV faço mais anúncios e ainda ganho mais dinheiro do que na Globo. Não tenho mais por que arriscar.

Outro lado

A Central Globo de Comunicação informou que o "Fantástico", além de matérias jornalísticas, apresenta quadros de conteúdo artístico diferenciado, que como tal são tratados e entendidos.

 

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