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25/03/2003 - 03h00

"Os Simpsons" esquenta críticas contra governo americano

DIEGO ASSIS
da Folha de S. Paulo

Krusty, o palhaço, é o mais novo membro do Congresso e, a depender de "Os Simpsons", série de desenho mais bem-sucedida da história da TV americana, atualmente na 14ª temporada, já começa a galgar degraus para assumir o lugar de George W. Bush na Presidência da República.

A estréia do palhaço na política, como membro do Partido Republicano, aconteceu no último dia 9 de março no canal Fox dos EUA (o episódio deve chegar ao Brasil no segundo semestre) e, se entre os americanos serviu apenas para render boas piadas com membros da política nacional (uma das primeiras discussões do partido é usar o nome do ex-presidente Ronald Reagan para rebatizar lugares importantes do país), para os brasileiros, o episódio "Mr. Spritz Goes to Washington" (Sr. Spritz vai a Washington) pode render novas dores de cabeça.

"Krusty. Nós precisamos de você para concorrer ao Congresso", quem pede é Bart Simpson, depois que a rota aérea da cidadezinha fictícia de Springfield é alterada para passar sobre a casa da família Simpsons. "Congresso? Mas eu odeio o governo. Eles estão atrás de mim (...) o Imposto de Renda, a Imigração", responde o palhaço, apontando para um macaquinho. "O Teeny aqui é do Brasil. O tio dele era o macaco-chefe do escritório de turismo."

A tiração de sarro, bastante sutil, parece ser uma resposta dos produtores do desenho à ameaça de processo feita no ano passado pelo presidente da Riotur, José Eduardo Guinle, por causa do polêmico episódio em que a cidade era infestada por ratos, macacos e sequestradores.

"Fazia tempo que eles não pegavam pesado assim", diz o americano Jeremy Wahlman, 24, um dos primeiros fãs do seriado a notar _e publicar em seu blog_ a cutucada. "Eles sempre pegaram no pé dos republicanos, mas, nesse episódio, sobrou para os democratas e até para o [todo-poderoso da Fox] Rupert Murdoch."

Em entrevista à Folha, o produtor executivo do desenho Al Jean, 42, limitou-se a dizer que "o Brasil é um grande país" e que "aquele episódio foi uma distorção". Sua assessoria de imprensa pediu à reportagem que não perguntasse sobre o "caso" Brasil.

"Acho que o sucesso de um desenho acontece quando ele tem seu próprio ponto de vista, um estilo próprio, ainda que em algumas vezes ele possa ser de mau gosto", opina Jean, envolvido com "Os Simpsons" desde 1989.

Questionado sobre a relação entre a insistência dos republicanos com a guerra e o aumento das críticas à política nos episódios, o produtor segue na evasiva: "Tentamos criar histórias que continuem sempre atuais. Não sabemos o que vai ser dessa guerra daqui a seis meses".

Por fim, dentre tantos convidados especiais, existe alguém que vocês jamais trariam para fazer uma participação no desenho? "Nunca conseguimos trazer um presidente." Daí entra o Krusty...

 

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