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26/03/2003 - 03h00

Outra Frequência: Rádio vira arma na guerra do Iraque

LAURA MATTOS
da Folha de S. Paulo

Um dos primeiros prédios destruídos pelas bombas dos EUA no Iraque foi a sede da principal estação de rádio de Bagdá, controlada pelo governo. Depois, aviões das forças anglo-americanas passaram a sobrevoar o país com transmissores potentes que emitem programação em ondas curtas, AM e FM. No ar, música árabe e mensagens para que o povo deixe de apoiar Saddam.

Nesse confronto, o rádio poderá ter um papel estratégico ainda mais importante que o da televisão, já que a maior parte da população iraquiana, pobre, tem pouco acesso aos caros_e raros_ aparelhos de TV do país.
Além disso, viabilizar uma transmissão de rádio "pirata" é bem mais simples para os Estados Unidos do que invadir as frequências da televisão de Saddam.

Os transmissores das aeronaves das forças de coalização tem potência tão alta que chegam a "cobrir" as estações locais do Iraque. Assim, além de falar diretamente à população do país, os EUA ainda dificultam a comunicação entre Saddam e seus súditos.

A "programação" despejada no dial da região chega a durar cinco horas por dia e já foi batizada de Rádio Iraque Livre.

A transmissão faz parte da guerra psicológica. À tentativa de cooptação dos civis, soma-se o objetivo de abalar os militares inimigos. "Esse método, parte do plano de operações psicológicas, é geralmente muito eficiente. Uma estação de rádio pode ter uma cobertura enorme e é montada com facilidade durante o confronto", diz Luiz Roberto Peret Antunes, 51, coronel do Exército brasileiro, que permaneceu como oficial de ligação do Brasil no Exército dos EUA, no Kansas, em 2000 e 2001.

Segundo ele, para essas ações, normalmente são usados civis especialistas em mídia, como, por exemplo, locutores e jornalistas.

No Iraque, todas as rádios (além de TVs e jornais) estão a serviço de Saddam. E ele deu ao primogênito a função de controlar os órgãos de comunicação. Foi pelo dial que Uday Hussein disse, pouco antes das primeiras explosões em Bagdá: "Este é o nosso dia. Vamos começar a lutar. Vamos todos morrer como mártires fiéis. Seremos vitoriosos".

Não é só na televisão que Portugal vai bem na cobertura da ofensiva. Além da TV estatal RTP, que furou a CNN nos primeiros ataques à capital iraquiana, a RDP (Rádio Portugal) também está investindo pesado nas notícias da guerra. A estação, que conta com correspondente no Kuait, pode ser sintonizada no Brasil em ondas curtas, de segunda a sexta, das 10h às 12h, em 21.655 e 21.725 kHz.

laura@folhasp.com.br

 

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