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08/04/2003 - 04h39

Crítica: "Homem-Objeto" estréia com timidez

XICO SÁ
crítico da Folha

Comédia com direção de João Falcão e texto de Luiz Fernando Veríssimo? Ih, essa gente que frequenta teatro antes de jantar aos sábados irá ao delírio. Ih, o trabalho será apenas o de garantir tantos colchões ou botijas para guardar a fortuna do riso embaixo.

"Homem-Objeto", ainda em cartaz no Rio, deu as caras, em 2002, com toda essa promessa de estouro no palco. Aí foi parar na TV. O quadro estreou anteontem no "Fantástico". Com a bênção do núcleo Guel Arraes, ótimos atores e a voz de Cid Moreira, capaz de ler um salmo ou narrar a aventura de animais, pré-históricos ou não, com a dosagem de testosterona de sempre.

De uma costela abafada qualquer fez-se uma Deborah Secco. A anunciação da fêmea. Com esse jeito de menina, e esse corpo de mulher, como em "Mon Amour Meu Bem Ma Femme", de Reginaldo Rossi. É o bom começo de "Homem-Objeto", com rápida queda para "Casseta & Planeta".

Então os machos selvagens atacam a pecadora e se apresentam: Vladimir Brichta, Aramis Trindade, Bruno Garcia, Lúcio Mauro Filho, Lázaro Ramos, Tadeu Mello, Wagner Moura, Gustavo Falcão, Edmilson Barros e Zéu Brito. É o grande elenco, gente da peça e reforço de primeira.

Ramos, pedagogia do oprimido, faz logo o aluno que engambela a mãe e a professora. A primeira crônica de "As Mentiras que os Homens Contam", de Veríssimo. Coisa fina. Mas aí começa um jogral viciado de verdades de macho -único texto que vi funcionar, em jogral de escola, foi "minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...", a velha "Canção do Exílio".

Tadeu Mello, ô baixinho bom de serviço, faz um mancebo que arrodeia o lar de uma rapariga, sem sucesso. Telefona, ouve a voz da donzela Theodora, desliga. O velho e bom suspense amoroso que, em muitos lares, já caducou nos tempos do bina e outros sabidos detectores.

Na outra historinha, também fraca em qualquer boteco, um personagem feito por Bruno Garcia, bom ator, mostra como mulher não engole narrativas sinceras. Ele perde a aliança ao trocar um pneu. Conta tudo. A patroa não tolera. Outra versão: diz que estava no motel com outra. Ganha o perdão, pela sinceridade.

Além de Veríssimo, o diretor conta ainda com a escritora Adriana Falcão, pena decente, para tocar "Homem-Objeto". Bons "causos" virão. A estréia deu apenas para o gasto.

Avaliação:

Homem-Objeto
Quando:
domingo, às 20h30, no programa "Fantástico" (Globo)
 

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