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09/04/2003 - 04h08

Piratas do Tietê embarcam no palco em São Paulo

DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo

No primeiro dia, o cartunista Laerte bolou a história. No segundo, Paulo Rogério Lopes escreveu a peça e Beth Lopes e a cia. circense La Mínima a levaram para o palco. E finalmente, no terceiro dia, o rio Tietê se fez navio.

Quatorze anos após a sua criação, nas páginas da "Chiclete com Banana", a tirinha "Piratas do Tietê" -publicada na Ilustrada-, uma sátira à miséria urbana e à exclusão social da cidade de São Paulo, vai virar teatro.

Teatro, não, filme. Filme, não, circo. Pouco importa agora: "É uma construção diferente do tradicional em teatro. Tudo foi acontecendo de forma meio livre, tendo como fio condutor os próprios quadrinhos do Laerte e a forma de humor que a La Mínima sempre fez. Eu mesma demorei um tempo para entender", diz Beth Lopes, que dirige o espetáculo.

"O mais interessante foi ver surgirem outras cenas. Nos quadrinhos, você faz tudo sozinho, bola a história, escala o elenco, põe a iluminação, faz os planos. O que é bacana, quando a gente tem 13 anos. Mas é muito legal ver as coisas acontecerem fora de você", completa Laerte.

"Piratas do Tietê - O Filme" estréia no teatro do Sesi, para convidados, no próximo dia 14 e, para o público, no dia 19. Na trama, o herói Silver Joe (Alexandre Roit) e a Deputada (Fernanda D'Umbra) são chamados para capturar os Piratas (Domingos Montagner, Fernando Sampaio, Fábio Espósito e Gustavo Carvalho), que acabam de escapar de uma execução.

A isca, adianta Laerte, para retirá-los do navio, será justamente a proposta de fazer um filme estrelando os Piratas. Eles vão se encantar com a possibilidade de vencer o Minhocão de Ouro, prêmio fictício do cinema paulistano, e caem na cilada. "Tem a ver também com essa coisa da Marvel fazendo cinema para sair do buraco", lembra o cartunista.

E aí, no melhor estilo palhaço de circo, começam as trapalhadas. Capitão (Montagner), vaidoso, insiste em assumir o papel de diretor. A Deputada, envolvida também em um projeto mequetrefe de despoluição do Tietê, vai usando o charme para entreter os solitários "lobos do rio".

"Se tem um acento que quis colocar foi extrair a maior deformação do que eu via no desenho do Laerte, uma deformação meio imoral até", diz Lopes, que carrega no currículo outro híbrido teatral-quadrinístico, a peça "O Cobrador", de 1990.

"Nosso trabalho, como palhaços, é explorar o erro, o malfeito, que exigem tanta técnica quanto a acrobacia tradicional, para machucar menos. A gente faz três ou quatro vezes, a que doer é a que ficou boa", brinca Montagner.

Como em qualquer adaptação, a fidelidade à obra original se mantém como um referencial importante, mas não castrador. "Acho que no quadrinho de humor essa questão é bem mais leve. Se você preserva o clima das piadas, a coisa está respeitada. Senão a gente vai ter que arrancar a perna do Capitão", opina Laerte.

E, a depender do elenco, o fã dos Piratas não precisa se preocupar. "Os Piratas do Tietê são um ícone da nossa juventude, dos anos 80", diz Montagner. "Rola até uma tentativa de copiar a tira. "Olha essa boca que ela faz". "Olha esse olho que ele tem'", diz D'Umbra.


PIRATAS DO TIETÊ - O FILME
Texto: Laerte e Paulo Rogério Lopes
Direção: Beth Lopes. Com: cia. La Mínima e convidados
Quando: Estréia dia 14/4 (para convidados), às 20h; e, a partir de 19/4, sáb. e dom., às 15h; até 17/8
Onde: Teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, SP, tel. 0/xx/11/ 3146-7406)
Quanto: entrada franca
 

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