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21/04/2003 - 03h43

Atriz Fernanda Montenegro volta ao primeiro plano nas telas

da Folha de S.Paulo

"Vocês estão desprezando o maior talento nacional", disse recentemente o poderoso Michael Barker, presidente da Sony Classics, ao cineasta Bruno Barreto.

Ele falava de Fernanda Montenegro, 72, que, com Dora, seu personagem em "Central do Brasil", de Walter Salles, foi a primeira brasileira a ser indicada ao Oscar de melhor atriz (99), e recebeu o Urso de Prata de Berlim (98) e o Globo de Ouro (99).

Desde então, apesar de vários convites vindos de Hollywood, Fernanda não protagonizou nenhum filme. "Só recebi propostas para interpretar iraquianas, chilenas, salvadorenhas, mas não tenho mais 20 anos. Isso é para atriz estreante e eu não quero entrar na geléia geral de atores latinos. Eles que chamem uma chilena para interpretar uma chilena", afirma a "old girl from Ipanema", como a atriz se autodefiniu no programa de David Letterman, em 1999.

Mas Barker estava certo, mesmo do Brasil, a "velha garota", cuja energia no set de filmagem é contagiante, não tem recebido convites para protagonizar filmes. "Sou muito chamada para atuar como coadjuvante, talvez para constar meu nome no elenco, mas não sei mais por quantos 15 minutos eu serei referência", brinca a atriz, citando Andy Warhol.

Entretanto, o papel de Regina, em "O Outro Lado da Rua", chegou na "hora certa": "Cinema é exaustivo. Desde "Central" fiz muita televisão e teatro, pois de fato, não sou atriz de cinema, minha vida é em cima do palco".

E o que a seduziu na nova produção? "Além de ser um ótimo roteiro, me chamou a atenção que não fala nem de sertão nem de favela. É um filme existencialista, que trata de Copacabana, bairro em decadência desde que o Rio deixou de ser capital, e é um spa da terceira idade", conta a atriz. De fato, é só observar nas ruas em volta da filmagem. Há dezenas de "velhas garotas" que movimentam o bairro com uma vitalidade, assim como Fernanda dá vigor à arte brasileira, seja no teatro, cinema ou televisão.
 

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