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21/04/2003 - 06h09

Deftones ainda foge do rótulo de nü-metal

DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo

Existe o metal e o nü-metal. Existe também o Deftones. Pioneiro na arte de misturar elementos do rap e da música eletrônica com as guitarras e os vocais gritados do heavy metal, o quinteto de Sacramento, Califórnia, chega finalmente a uma brilhante conclusão: "é tudo questão de barulho".

De fato. Não bastasse o burburinho gerado pelos fãs com o anúncio do quarto álbum da carreira do Deftones, previsto para 19 de maio, o disco homônimo não brinca em serviço. Ao contrário do que se poderia imaginar em meados de 2001, quando o vocalista Chino Moreno teve de se afastar do palco por algumas semanas, devido a problemas nas cordas vocais, a gritaria continua.

"Sim, ele está melhor agora. Fez o disco todo", contou, rindo, Frank Delgado, 32, DJ dos Deftones, em entrevista por telefone, de sua casa. Leia a seguir alguns trechos.

Folha - "Deftones" não tem um título, ou melhor, é um disco homônimo. Há alguma razão para isso?
Frank Delgado -
Tínhamos alguns títulos. O que vazou foi "Lovers", com que já trabalhávamos desde antes de começar a compor o disco. Como sempre fizemos questão de surpreender e não tínhamos nenhum disco homônimo ainda, resolvemos escolher "Deftones". Além do mais, esse disco é exatamente nós. Sofremos com algumas mudanças de empresários, mas agora estamos finalmente no comando.

Folha - Como lidam com a expectativa dos fãs, que antes mesmo de o disco ficar pronto já começam a trocar as músicas pela internet?
Delgado -
De nossa parte, não machuca tanto. É claro que o selo [Maverick" se preocupa com as vendas e não quer que vaze. O que aprendemos com o último disco ["White Pony", 2000" é que é uma droga quando o álbum sai cedo demais, numa cópia que nem foi masterizada, nem mixada. Isso arruina todo o projeto de colocar a sua arte para fora do jeito que você escolheu para que as pessoas a percebam. Mas é inevitável, com a internet. Termos ficado quietos por todo esse tempo conseguiu ao menos criar uma expectativa rara hoje.

Folha - Como um DJ, você não baixa músicas da internet?
Delgado -
Não sou contra as pessoas que baixam. Eu escuto e procuro muita coisa na internet, para depois ir atrás para comprar. E com os fãs é a mesma coisa.

Folha - Que samples você está usando no novo disco?
Delgado -
Nos discos mais antigos, usava coisas obscuras em vinil, assim, pelo menos, ninguém me processaria. Neste, criei tudo, gravei feedback de guitarras, teclados, queimei um CD e depois manipulei num pick-up digital.

Folha - Os DJs são, de certa forma, o elemento principal na fusão de gêneros que deu origem ao nü-metal. Como se sente em relação a isso?
Delgado -
Quando esse rótulo ficou popular, alguns anos atrás, sabíamos que poderia se tornar um estigma e decidimos não participar de turnês que nos aproximassem do coquetel nü-metal. Fizemos "White Pony" para provar que tínhamos mais a oferecer. Quanto aos DJs, tento conseguir permanecer na música em oposição a dizer "ei, está é a minha parte". Estou interessado em criar harmonias com meus pick-ups.

Folha - "Deftones" pareceu um disco muito pesado e gritado.
Delgado -
O disco é tão dinâmico quanto "White Pony". Talvez a gravadora tenha te mandado as cinco músicas mais pesadas, não sei por quê (risos).
 

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