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23/04/2003 - 05h09

Wagner abre 7º Festival Amazonas de Ópera

JOÃO BATISTA NATALI
da Folha de S.Paulo

O 7º Festival Amazonas de Ópera será aberto amanhã, em Manaus, com a primeira récita de "Siegfried", de Richard Wagner (1813-83). No sábado estréia "Magdalena", musical de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), escrito para a Broadway no final dos anos 40 e nunca produzido no Brasil.

Serão também encenadas nas próximas semanas as óperas italianas "La Cenerentola" (Cinderela), de Gioacchino Rossini (1792-1868), e "I Pagliacci", de Ruggiero Leoncavallo (1858-1919).

Reunindo grandes cantores líricos brasileiros, o festival tem a direção musical de Luiz Fernando Malheiro, 44, que é também o titular da Amazonas Filarmônica.

No ano passado, Malheiro fez em Manaus "As Valquírias", iniciando a primeira montagem brasileira, ao menos nos últimos 80 anos, de "O Anel dos Nibelungos", ciclo monumental de quatro óperas de Wagner.

Leia abaixo trechos da entrevista do maestro concedida à Folha.

Folha - O que Wagner e Villa-Lobos têm em comum para estarem num mesmo festival?
Luiz Fernando Malheiro -
O festival tem explorado o repertório mais neglicenciado e procurado aproveitar o melhor de nossos cantores e artistas. São duas orientações nossas. Este é o quinto festival que faço, agora com a diretriz _do novo governo do Amazonas_ de montar espetáculos fora de Manaus e de entregar cenários, figurinos e adereços ao pessoal técnico daqui mesmo.

Sobre Wagner, com "Siegfried" continuamos o ciclo da "Tetralogia", que terminaremos em 2005. Quanto ao Villa, é o mesmo espírito que já nos levou a fazer "O Guarani" e o "Condor", de Carlos Gomes. "Magdalena" é inédita até hoje no Brasil.

Folha - É esquisito inexistir curiosidade para fazê-la antes.
Malheiro -
Esse projeto da Broadway foi curioso. Foram três os musicais. Um deles utilizou músicas do Borodin, outro, de Grieg. Os dois compositores já estavam mortos. E o Villa, que ainda estava vivo, usou músicas que já havia composto. Fez com seu próprio repertório o que haviam feito com Borodin e Grieg. Deu uma musicalidade especial.

Folha - Vejamos a "Cenerentola". Ela é deliciosa de ouvir, mas dificílima de fazer, não é?
Malheiro -
Em termos de Rossini, eu gosto muito mais dela do que de "O Barbeiro de Sevilha". Ela é muito mais orgânica, mais equilibrada. Em "O Barbeiro", por exemplo, nenhum tema da abertura reaparece no desenrolar da ópera.

A "Cenerentola" é também um trabalho de grande beleza formal, que nunca foi feito no Brasil de forma completa. Há, por exemplo, um coro de abertura do segundo ato que permaneceu perdido por muito tempo. Há árias da Clorinda e do Alidoro que são sempre cortadas, até pelas dificuldades vocais que apresentam.

Folha - Qual será a programação do festival para o ano que vem?
Malheiro -
Montaremos "O Crepúsculo dos Deuses" (Wagner), "Ariadne" (Richard Strauss), "Medéa" (Cherubini) e, por fim, uma "Traviata" (Verdi).
 

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