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24/04/2003 - 04h43

Montagem de Piratas do Tietê leva ao palco fluidez dos quadrinhos

SERGIO SALVIA COELHO
crítico da Folha de S.Paulo

Os pessimistas acreditam que quando se juntam os melhores ingredientes é grande a chance de dar tudo errado. Contrariando a superstição, tudo funciona em "Piratas do Tietê - O Filme". Podem ficar sossegados, portanto, aqueles que cresceram junto aos personagens do cartunista Laerte e que guardam velhas revistas com tesouros como o encontro dos Piratas com o Lobisomem ou com Fernando Pessoa.

Os piratas estão em cena, em carne e ossos, graças a um encontro de criadores que se afirmam, assim, enquanto uma mesma tripulação.
Beth Lopes, a diretora, se consagrou com "O Cobrador", que já propunha a linguagem dos quadrinhos em cena, desenvolvendo uma marcação próxima do desenho animado, o que exige grande precisão e agilidade dos atores. Nada melhor, então, do que atores com preparo de circo, sobretudo se eles têm o humor anárquico do Grupo La Mínima, de Domingos Montaigner e Fernando Sampaio.

É fascinante, por exemplo, ver a coreografia dos piratas bêbados na cama elástica, aliando precisão e improviso, poesia e deboche. Faz pensar na vanguarda russa dos criadores que, em torno de Meyerhold, nos anos 20, exerciam o que havia de mais refinado no popular.

Rapidez das tiras

Paulo Rogério Lopes, que já vinha contribuindo com o grupo, construiu junto com Laerte um roteiro que mantém a rapidez das tiras sem perder o fio da meada. Quando a cena tem que se segurar só com o ator em cena, a montagem pode contar também com o carisma de Alex Roit, um Parlapatão em carreira solo, e com Fernanda d'Umbra e Fábio Espósito, que vêm do grupo Cemitério dos Automóveis.

A montagem ainda tem o que amadurecer, sobretudo nas emendas entre uma gag e outra, o que tradicionalmente é feito ao longo da temporada com os "cacos" dos atores, que é quando se checa o entrosamento do elenco, ninguém devendo roubar o foco de ninguém.
Mas o endosso completo da platéia adolescente permite a esse navio pirata uma longa e impagável travessia.

Avaliação:
Piratas do Tietê - O Filme
Texto:
Laerte e Paulo Rogério Lopes
Direção: Beth Lopes
Com: cia. La Mínima e convidados
Quando: sáb. e dom., às 15h; até 17/8
Onde: Teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 3146-7406)
Quanto: entrada franca (é preciso retirar ingresso no local com uma hora de antecedência)

 

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