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25/04/2003
-
04h27
da Folha de S.Paulo
Agora que a lei da numeração de CDs está em vigor, pipocam reclamações no mercado musical. Gravadoras grandes e pequenas dizem que o ritmo de produção já foi afetado.
O vice-presidente da EMI, Luiz Bannitz, diz que os procedimentos para tornar a lei operacional "resultam em queda da produtividade, aumento do custo de manufatura e atrasos nos cronogramas de lançamentos".
O gerente de planejamento da Universal, Roberto Cláudio, diz que a novidade afeta principalmente novas tiragens de títulos já existentes, porque as contracapas têm de ser refeitas. A Warner cita dificuldades no controle de embalagem dos CDs.
As grandes não mencionam que sua produtividade já estava desacelerada desde janeiro; mas, no mercado independente, as queixas se repetem. Pequenos selos reclamam da burocracia de sociedades arrecadadoras e do órgão centralizador (Ecad) em regularizar suas situações.
Reclama um dos sócios do selo Bizarre, Guilherme Barrella: "Aqui estamos, com um disco (do grupo europeu Stereo Total) pronto para ser promovido por uma turnê com datas marcadas, fora outros cinco CDs parados".
Mesmo com restrições, a Associação Brasileira de Música Independente resolveu manifestar apoio integral à lei. "É necessária, bacana e importante. O que vamos questionar, com calma, é o custo", afirma o presidente da ABMI, Pena Schmidt. Ele diz que as fábricas já cobram R$ 0,11 por cópia para numerar.
OS INDEPENDENTES
O disco de estréia da banda Pipodélica vem avisar ao Brasil que, sim, existe uma cena roqueira em Santa Catarina. O selo indie paulistano Baratos Afins é quem banca o lançamento de "Simetria Radial", que foi gravado na Florianópolis natal. Como o nome do grupo indica, trata-se de revisitar a psicodelia dos 60 (e, não há jeito, os Mutantes gritam nas entrelinhas) aos 80 (como no álbum de 88 "Psicoacústica", do Ira!). A fidelidade ao formato não permite que o grupo alce maiores vôos, mas o que diferencia o Pipodélica em sua primeira aventura é uma irresistível vocação para a melodia, como demonstra, em especial, a doce "Primeiro de Abril".
O BOICOTE
O atuante site Samba & Choro prega boicote à coleção "Odeon Cem Anos", da EMI, que vem com sistema de proteção digital que inibe a produção de cópias dos CDs. O coordenador do site, Paulo Eduardo Neves, classifica os CDs como "defeituosos", argumenta que a série é restrita e direcionada a colecionadores e que o mecanismo é uma tecnologia "anticonsumidor legal", e não antipirataria.
A PROTEÇÃO
O vice-presidente Luiz Bannitz defende a EMI: "O sistema anticópias protege artistas, autores, músicos e todos aqueles que tornam possível o trabalho artístico". Para ele, não são álbuns defeituosos, mas CDs com mecanismos de proteção do conteúdo artístico e dos direitos autorais.
A OFENSIVA
Segundo Bannitz, a EMI passará a incluir também em seus CDs um pedido ao consumidor, para que não copie na internet nem presenteie amigos com cópias caseiras. O argumento é o mesmo: prejudica os artistas.
Lei de numeração de CDs afeta produção, afirmam gravadoras
PEDRO ALEXANDRE SANCHESda Folha de S.Paulo
Agora que a lei da numeração de CDs está em vigor, pipocam reclamações no mercado musical. Gravadoras grandes e pequenas dizem que o ritmo de produção já foi afetado.
O vice-presidente da EMI, Luiz Bannitz, diz que os procedimentos para tornar a lei operacional "resultam em queda da produtividade, aumento do custo de manufatura e atrasos nos cronogramas de lançamentos".
O gerente de planejamento da Universal, Roberto Cláudio, diz que a novidade afeta principalmente novas tiragens de títulos já existentes, porque as contracapas têm de ser refeitas. A Warner cita dificuldades no controle de embalagem dos CDs.
As grandes não mencionam que sua produtividade já estava desacelerada desde janeiro; mas, no mercado independente, as queixas se repetem. Pequenos selos reclamam da burocracia de sociedades arrecadadoras e do órgão centralizador (Ecad) em regularizar suas situações.
Reclama um dos sócios do selo Bizarre, Guilherme Barrella: "Aqui estamos, com um disco (do grupo europeu Stereo Total) pronto para ser promovido por uma turnê com datas marcadas, fora outros cinco CDs parados".
Mesmo com restrições, a Associação Brasileira de Música Independente resolveu manifestar apoio integral à lei. "É necessária, bacana e importante. O que vamos questionar, com calma, é o custo", afirma o presidente da ABMI, Pena Schmidt. Ele diz que as fábricas já cobram R$ 0,11 por cópia para numerar.
OS INDEPENDENTES
O disco de estréia da banda Pipodélica vem avisar ao Brasil que, sim, existe uma cena roqueira em Santa Catarina. O selo indie paulistano Baratos Afins é quem banca o lançamento de "Simetria Radial", que foi gravado na Florianópolis natal. Como o nome do grupo indica, trata-se de revisitar a psicodelia dos 60 (e, não há jeito, os Mutantes gritam nas entrelinhas) aos 80 (como no álbum de 88 "Psicoacústica", do Ira!). A fidelidade ao formato não permite que o grupo alce maiores vôos, mas o que diferencia o Pipodélica em sua primeira aventura é uma irresistível vocação para a melodia, como demonstra, em especial, a doce "Primeiro de Abril".
O BOICOTE
O atuante site Samba & Choro prega boicote à coleção "Odeon Cem Anos", da EMI, que vem com sistema de proteção digital que inibe a produção de cópias dos CDs. O coordenador do site, Paulo Eduardo Neves, classifica os CDs como "defeituosos", argumenta que a série é restrita e direcionada a colecionadores e que o mecanismo é uma tecnologia "anticonsumidor legal", e não antipirataria.
A PROTEÇÃO
O vice-presidente Luiz Bannitz defende a EMI: "O sistema anticópias protege artistas, autores, músicos e todos aqueles que tornam possível o trabalho artístico". Para ele, não são álbuns defeituosos, mas CDs com mecanismos de proteção do conteúdo artístico e dos direitos autorais.
A OFENSIVA
Segundo Bannitz, a EMI passará a incluir também em seus CDs um pedido ao consumidor, para que não copie na internet nem presenteie amigos com cópias caseiras. O argumento é o mesmo: prejudica os artistas.
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