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30/04/2003
-
05h11
da Folha de S.Paulo
Como pai de três menininhas que ainda frequentam o jardim-de-infância, Craig McCracken diz aprovar o Cartoon Network, o principal canal de desenhos da TV paga no país.
Mas não necessariamente pelo conteúdo do canal, já que ele é suspeito para falar disso, e suas filhas não são propriamente telespectadoras do Cartoon.
Para McCracken, o criador de "As Meninas Superpoderosas" -um dos principais desenhos do canal, febre mundial e símbolo feminista entre garotas de várias idades-, o grande mérito do Cartoon é chegar "perto do que foi a época de ouro dos desenhos, nos anos 40", por permitir uma produção mais "autoral".
McCracken conversou com a Folha, por telefone, por ocasião do aniversário do Cartoon -o canal, o mais visto da TV paga, quase não é mais criança: completa hoje dez anos no Brasil.
Folha - Como o sr. avalia o Cartoon Network, de cuja programação faz parte?
Craig McCracken - O principal feito do canal foi pôr muito mais controle nas mãos do criador de cada desenho. Os desenhos produzidos aqui são mais autorais, não são feitos em uma linha de produção. É uma idéia que alguém tem e executa. Estamos perto do que foi a época de ouro dos desenhos, nos anos 40, ao menos na maneira como produzimos.
Folha - Esse é um canal para crianças, mas desenhos como "As Meninas Superpoderosas" costumam ter entre seus fãs muitos adultos. Como o sr. faz para atingir esses públicos diferentes?
McCracken - Basicamente, dou às crianças mais crédito do que muitas outras pessoas dão. Acho que as crianças são espertas e entendem as coisas. Então, se temos bons personagens e boas histórias, se o humor é sincero, dá para falar com todo mundo.
Folha - De onde veio a inspiração para criar as meninas?
McCracken - Inventei o desenho quando tinha uns 20 anos, na faculdade. Um dia, no segundo ano da faculdade de cinema, tive de criar uma sátira de super-heróis, que eu adoro. E aconteceu de desenhar essas três menininhas.
Folha - O sr. previa que o desenho iria ficar popular a ponto de virar uma espécie de símbolo feminista?
McCracken - Acho isso fantástico. Adoro o fato de meninas terem criado essa identidade com o desenho, sentindo-se "poderosas", tendo as "Superpoderosas" como uma espécie de modelo. E o legal é que isso não foi intencional, nunca foi o objetivo. Sempre achei, aliás, que a idéia de menininhas com superpoderes, derrotando monstros, era meio estranha para o grande público.
Folha - O sr. está trabalhando em algum novo projeto?
McCracken - Estou começando um novo desenho, chamado "Foster Home for Imaginary Friends" [Abrigo para Amigos Imaginários]. Sabe aqueles amigos imaginários que as crianças têm, mas depois de uma certa idade se esquecem deles? A pergunta é: para onde eles vão? A idéia é que há um abrigo, onde eles vão viver depois que as crianças crescem e enquanto esperam serem adotados por uma nova criança.
"Dou crédito às crianças", diz "pai" das Superpoderosas
CLÁUDIA CROITORda Folha de S.Paulo
Como pai de três menininhas que ainda frequentam o jardim-de-infância, Craig McCracken diz aprovar o Cartoon Network, o principal canal de desenhos da TV paga no país.
Mas não necessariamente pelo conteúdo do canal, já que ele é suspeito para falar disso, e suas filhas não são propriamente telespectadoras do Cartoon.
Para McCracken, o criador de "As Meninas Superpoderosas" -um dos principais desenhos do canal, febre mundial e símbolo feminista entre garotas de várias idades-, o grande mérito do Cartoon é chegar "perto do que foi a época de ouro dos desenhos, nos anos 40", por permitir uma produção mais "autoral".
McCracken conversou com a Folha, por telefone, por ocasião do aniversário do Cartoon -o canal, o mais visto da TV paga, quase não é mais criança: completa hoje dez anos no Brasil.
Folha - Como o sr. avalia o Cartoon Network, de cuja programação faz parte?
Craig McCracken - O principal feito do canal foi pôr muito mais controle nas mãos do criador de cada desenho. Os desenhos produzidos aqui são mais autorais, não são feitos em uma linha de produção. É uma idéia que alguém tem e executa. Estamos perto do que foi a época de ouro dos desenhos, nos anos 40, ao menos na maneira como produzimos.
Folha - Esse é um canal para crianças, mas desenhos como "As Meninas Superpoderosas" costumam ter entre seus fãs muitos adultos. Como o sr. faz para atingir esses públicos diferentes?
McCracken - Basicamente, dou às crianças mais crédito do que muitas outras pessoas dão. Acho que as crianças são espertas e entendem as coisas. Então, se temos bons personagens e boas histórias, se o humor é sincero, dá para falar com todo mundo.
Folha - De onde veio a inspiração para criar as meninas?
McCracken - Inventei o desenho quando tinha uns 20 anos, na faculdade. Um dia, no segundo ano da faculdade de cinema, tive de criar uma sátira de super-heróis, que eu adoro. E aconteceu de desenhar essas três menininhas.
Folha - O sr. previa que o desenho iria ficar popular a ponto de virar uma espécie de símbolo feminista?
McCracken - Acho isso fantástico. Adoro o fato de meninas terem criado essa identidade com o desenho, sentindo-se "poderosas", tendo as "Superpoderosas" como uma espécie de modelo. E o legal é que isso não foi intencional, nunca foi o objetivo. Sempre achei, aliás, que a idéia de menininhas com superpoderes, derrotando monstros, era meio estranha para o grande público.
Folha - O sr. está trabalhando em algum novo projeto?
McCracken - Estou começando um novo desenho, chamado "Foster Home for Imaginary Friends" [Abrigo para Amigos Imaginários]. Sabe aqueles amigos imaginários que as crianças têm, mas depois de uma certa idade se esquecem deles? A pergunta é: para onde eles vão? A idéia é que há um abrigo, onde eles vão viver depois que as crianças crescem e enquanto esperam serem adotados por uma nova criança.
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