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06/05/2003 - 06h17

Cineastas defendem contrapartida do governo

da Folha de S.Paulo

A crítica à "contrapartida social" nos projetos que recebem verbas de estatais, expressa pelo cineasta Cacá Diegues e pelo produtor Luiz Carlos Barreto em declarações à Folha na última quarta-feira, é vista como uma defesa de privilégios entre outros cineastas e produtores.

Nelson Pereira dos Santos, um dos criadores do cinema novo e diretor de "Vidas Secas", diz que não há "dirigismo" em pedir algum tipo de contrapartida social -como ingressos gratuitos para favelados. "Mais importante do que isso é ter um combinação de recursos para o cinema com projetos de inclusão social."

Claudio Assis, diretor de "Amarelo Manga", filme premiado no festival de Berlim, diz que o objetivo do grupo do Rio é o poder, não a cultura: "Essa panela existe desde a Embrafilme, desde a ditadura militar e nunca lutou por uma idéia -luta para se manter no poder".

Fabiano Gullane, produtor de "Carandiru" e "Bicho de Sete Cabeças", diz faltar razão aos dois lados. "O governo, que deveria ter um discurso único, está brigando e não consegue avaliar a contrapartida social que o cinema já dá".

Ele cita dois exemplos de contrapartida: "Bicho" foi exibido gratuitamente mais de cem vezes em favelas "sem ninguém pedir"; e "Carandiru" gerou cerca de 10 mil empregos.

Luís Bolognesi, roteirista de "Bicho de Sete Cabeças", defende que o modelo existente gerou equívocos: "Vivemos anos a ditadura do gerente de marketing. Projetos absurdos foram feitos com incentivos." Ele cita como exemplo o Telefonica Open Air, que usou dinheiro de incentivo para exibir filmes de Hollywood. "Houve equívocos inaceitáveis, mas o Estado não pode interferir na liberdade artística".

Marcelo Masagão, diretor de "Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos", diz que os ataques à proposta de contrapartida é "uma desculpa dos que são contra a reorganização dos patrocínios que está havendo".
Ele afirma ser a favor de uma das novas propostas -a de distribuir valores menores a um número maior de cineastas.

Beto Brant, diretor de "O Invasor", classifica de equívoco a cobrança de contrapartida, mas defende a inclusão social como uma meta. "Tem de tomar cuidado com a demagogia. Tem de haver inclusão, mas não podemos colocar o produtor como refém."
 

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