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23/05/2003 - 08h24

Ruído: Abril vende catálogo à revelia de artistas

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Folha de S.Paulo

Causa discórdia o espólio musical deixado pela extinta Abril Music. O Grupo Abril e a gravadora Deckdisc estão negociando a transferência do catálogo lançado pela Abril em cinco anos. Artistas como Ivan Lins e Rita Lee protestam contra a venda de suas obras sem prévio conhecimento.

"O catálogo é um ativo incontestável da gravadora, não requer nenhuma autorização prévia", afirma Eduardo Assumpção, diretor financeiro da Abril, que diz que, mesmo sem obrigatoriedade, pretende comunicar os artistas envolvidos.

Mas eles já sabem. O empresário de Ivan Lins, Steve Altit, que tenta readquirir os originais do músico, reclama: "A Abril está negociando o catálogo a preço de banana, sem nos consultar".

Roberto de Carvalho, marido e parceiro de Rita Lee, protesta: "Tendo em vista as circunstâncias estapafúrdias em que a Abril Music fechou as portas, acho que seria de bom-tom e respeitoso com os artistas que pudessem recuperar suas obras". "De todo jeito, quem comprar vai precisar de nossa autorização para lançar o disco", diz Carvalho, insinuando um confronto com a Deckdisc.

O independente

Sem a liderança de Silvério Pessoa, o Cascabulho segue com "É Caco de Vidro Puro", que dá contornos nítidos a seu som rock-pernambucano. Mais próximo do tom agreste de Alceu Valença que do pop de Chico Science, ainda assim o grupo contempla o mangue beat em releituras cruzadas entre o tradicionalismo local de Dona Teté e o universalismo tropicalista de Tom Zé.

Mundo Muito Livre

Afastado da indústria há três anos, o pernambucano Mundo Livre S/A finaliza novo CD, "O Outro Mundo de Manuela Rosário", que sairá pela independente Candeeiro. Segundo Fred Zero Quatro, será o álbum mais conceitual da banda, com referências à música francesa dos anos 60 e "aparição" da personagem Manuela em várias faixas.

Sem elenco, sem jabá

João Araújo, presidente da Som Livre (a gravadora da Globo), afirma que não conhece os atuais mecanismos de jabá na indústria musical porque a gravadora deixou de manter elenco exclusivo há mais de 15 anos. "Não posso testemunhar como o jabá está hoje em dia", diz.

E as trilhas sonoras?

Pela Som Livre, no entanto, saem as trilhas sonoras das novelas da Globo, que costumam apontar sucessos de temporada "importados" das demais gravadoras. João Araújo segue o padrão global e não se manifesta sobre quais são os critérios de decisão que definem a seleção das músicas que irão para cada trilha.

Tribalistas ao vivo?

O Grupo Pão de Açúcar admite que negocia uma apresentação especial dos Tribalistas nos palcos ao ar livre do projeto Pão Music, mas afirma que não está na agenda de 2003 e portanto não deve acontecer neste ano. O empresário de Marisa Monte, Leonardo Netto, desmente e diz que não há negociação nenhuma. "Continuamos e continuaremos fiéis ao nosso princípio de não fazer shows", afirma Netto. O CD dos Tribalistas já vendeu 800 mil cópias; o DVD, 100 mil.
 

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