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24/05/2003
-
05h07
da Folha de S.Paulo
No final do século 19, o Estado da Pensilvânia acumulava fortunas com a mineração e com a revolução industrial. Possuía também uma sólida elite cultural. Só não tinha uma grande orquestra sinfônica. Ela foi então criada em 1900, na cidade de Filadélfia, pelo maestro alemão Fritz Scheel.
A Orquestra da Filadélfia, merecidamente considerada uma das cinco grandes ("big five") dos EUA, faz hoje, na Sala São Paulo, o primeiro concerto de sua única escala no Brasil. É a mais prestigiosa atração em 2003 do Mozarteum Brasileiro.
Ela estará sob a regência do maestro russo Yakov Kreizberg e interpretará a "Sinfonia n.º 4", de Robert Schumann (1810-1856), e a "Sinfonia n.º 6", de Piotr Ilich Tchaikovski (1840-1893).
Na récita de amanhã fará o poema sinfônico "Don Juan", de Richard Strauss (1864-1949), a abertura da ópera "Tannhäuser", de Richard Wagner (1813-1883), e por fim a "Sinfonia n.º 2", de Johannes Brahms (1833-1897).
A atual turnê, que a levou a cinco cidades norte-americanas e à Cidade do México, e que a levará em seguida a Buenos Aires e Santiago do Chile, foi programada para que a orquestra se despedisse de seu diretor musical desde 1992, o alemão Wolfgang Sawallisch, 79. Mas uma crise de hipotensão arterial provocou sua substituição de última hora.
Sawallisch foi apenas o sexto titular da Filadélfia em pouco mais de um século de história. Seu substituto será, a partir de setembro, o também alemão Christoph Eschenbach, 63.
Além de seu peso histórico, a importância da Filadélfia está na qualidade peculiar de sua sonoridade. Trata-se de uma forma "aveludada" no timbre das cordas e madeiras, capaz de dar uma percepção sensorialmente tenra do repertório romântico.
Chegar a tanto foi possível por no mínimo três fatores: a qualidade do ensino musical na Filadélfia, o pagamento de bons salários e, sobretudo, a "cultura" mantida por diretores musicais que permaneceram por longos períodos no comando dos músicos.
Nos últimos anos, São Paulo teve grandes momentos com as vindas das orquestras de Boston, Nova York e Chicago. Os momentos de hoje e amanhã serão também muito bons, mesmo com os melhores lugares a R$ 300. E apesar de um repertório circunscrito ao romantismo -mania que Eschenbach promete corrigir.
ORQUESTRA DA FILADÉLFIA
Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 17h
Onde: Sala São Paulo, pça. Júlio Prestes s/n, tel. 3337-5414 Quanto: de R$ 100 a R$ 300
Orquestra da Filadélfia apresenta prestígio "aveludado"
JOÃO BATISTA NATALIda Folha de S.Paulo
No final do século 19, o Estado da Pensilvânia acumulava fortunas com a mineração e com a revolução industrial. Possuía também uma sólida elite cultural. Só não tinha uma grande orquestra sinfônica. Ela foi então criada em 1900, na cidade de Filadélfia, pelo maestro alemão Fritz Scheel.
A Orquestra da Filadélfia, merecidamente considerada uma das cinco grandes ("big five") dos EUA, faz hoje, na Sala São Paulo, o primeiro concerto de sua única escala no Brasil. É a mais prestigiosa atração em 2003 do Mozarteum Brasileiro.
Ela estará sob a regência do maestro russo Yakov Kreizberg e interpretará a "Sinfonia n.º 4", de Robert Schumann (1810-1856), e a "Sinfonia n.º 6", de Piotr Ilich Tchaikovski (1840-1893).
Na récita de amanhã fará o poema sinfônico "Don Juan", de Richard Strauss (1864-1949), a abertura da ópera "Tannhäuser", de Richard Wagner (1813-1883), e por fim a "Sinfonia n.º 2", de Johannes Brahms (1833-1897).
A atual turnê, que a levou a cinco cidades norte-americanas e à Cidade do México, e que a levará em seguida a Buenos Aires e Santiago do Chile, foi programada para que a orquestra se despedisse de seu diretor musical desde 1992, o alemão Wolfgang Sawallisch, 79. Mas uma crise de hipotensão arterial provocou sua substituição de última hora.
Sawallisch foi apenas o sexto titular da Filadélfia em pouco mais de um século de história. Seu substituto será, a partir de setembro, o também alemão Christoph Eschenbach, 63.
Além de seu peso histórico, a importância da Filadélfia está na qualidade peculiar de sua sonoridade. Trata-se de uma forma "aveludada" no timbre das cordas e madeiras, capaz de dar uma percepção sensorialmente tenra do repertório romântico.
Chegar a tanto foi possível por no mínimo três fatores: a qualidade do ensino musical na Filadélfia, o pagamento de bons salários e, sobretudo, a "cultura" mantida por diretores musicais que permaneceram por longos períodos no comando dos músicos.
Nos últimos anos, São Paulo teve grandes momentos com as vindas das orquestras de Boston, Nova York e Chicago. Os momentos de hoje e amanhã serão também muito bons, mesmo com os melhores lugares a R$ 300. E apesar de um repertório circunscrito ao romantismo -mania que Eschenbach promete corrigir.
ORQUESTRA DA FILADÉLFIA
Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 17h
Onde: Sala São Paulo, pça. Júlio Prestes s/n, tel. 3337-5414 Quanto: de R$ 100 a R$ 300
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