Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/05/2003 - 02h56

"Mercado otimista" encerra Bienal do Livro do Rio

CASSIANO ELEK MACHADO
da Folha de S.Paulo, no Rio

Maior feira de livros já realizada no país, a 11ª Bienal do Livro do Rio terminou ontem com clima de "Guinness" também nos quesitos público e venda de livros.

Em evento no final da tarde de ontem, os diretores do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, o Snel, e da Fagga divulgaram terem conseguido os melhores resultados da história do evento, inaugurado em 1983 em uma pequena sala do Copacabana Palace. Falou-se em explosão do número de exemplares vendidos, em aumento do público pagante, em recorde de visitação a uma feira de livro em um dia só (os 80 mil que transitaram pelo Riocentro anteontem).

Só não cresceu o público total. Ficou nos 560 mil visitantes de 2001. Por trás do "empate", esteve a limitação do número de escolares que receberam passe livre para a Bienal (de 235 para 200 mil).

"Avaliamos que as visitas escolares foram excessivas na última Bienal", afirmou o presidente do Snel, o editor Paulo Rocco.

O público pode ter ficado estável, mas as vendas teriam crescido expressivamente, sustentam os organizadores, que apresentaram 40% de aumento de exemplares negociados nos 55 mil metros do evento.

Os números oficiais, baseados em pesquisa com 500 visitantes, falam em 1,66 milhão de cópias vendidas, mais de 400 mil exemplares a mais do que na última edição (lembre que no Brasil a média de tiragem de um livro é de 3.000 cópias).

"Em 2001, o público que comprou livros consumiu uma média de 5,3 exemplares. Neste ano, pulamos para seis cópias per capita", disse Roberto Feith, diretor do Snel.

O crescimento de público pagante e de títulos vendidos impulsionou o faturamento total. Segundo os organizadores, foi de R$ 21 milhões o faturamento na edição passada e de R$ 36,4 milhões o dinheiro arrecadado neste ano.

"Vendemos de 21% a 22% a mais do que na Bienal passada", comemorou Sérgio Machado, da Record, que disse que o "mercado editorial saiu mais otimista da Bienal do que entrou". "E isso porque o clima não ajudou. O sol levou muita gente para a praia. Queríamos que tivesse sido mais fresco, com nuvem", disse o editor, também da diretoria do Snel.

Sobre a "meteorologia" de 2005, quando ocorre a próxima Bienal, ainda não se fala nada. Neste ano, o evento, que teve o anglo-indiano Salman Rushdie como atração principal, homenageou a Itália. Especula-se que a França seria o próximo convidado.

Segurança

"A avaliação positiva que Rushdie, Scott Turow e Maitena fizeram do evento vai abrir portas para que outros autores de peso venham nas próximas edições e contribui para que vejam que não é arriscado vir ao Rio", comentou Paulo Rocco.

A segurança foi de fato vitaminada para a feira. Nos 30 quilômetros que separam o centro do Rio e o Riocentro, era possível passar por até cinco comandos, quase sempre com policiais com dedo no gatilho. Foram 3.000 homens envolvidos nessa "operação de guerra", divulgou a organização.

Guerra, aliás, não foi tema dos mais presentes no evento, ainda que tenha feito discretas e curiosas participações especiais. Um dos quase mil estantes da Bienal, o da Livraria Portugal, exibia pela primeira vez a edição portuguesa de "Zabiba e o Rei", obra de ficção atribuída a Salman Rushdie. Na prateleira mais atrás, já escondida, estava uma "autobiografia" de Osama bin Laden.

Não foram eles, porém, os campeões da 11ª Bienal. No quesito autógrafos, mais uma vez foi Ziraldo o grande assinante de volumes, para crianças com a faixa "Ah, estou maluquinho" na cabeça. Em termos de vendas, saíram ganhando outros amigos da garotada.

Especial
  • Saiba mais sobre a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página