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07/06/2003
-
05h23
da Folha de S.Paulo
Nunca houve uma mulher como Lolita. Pelo menos não para o mercado editorial brasileiro. É com ela, essa menina-moça criada por Vladimir Nabokov, que o universo do livro nacional ganha amanhã um novo recorde.
"Lolita", o livro mais famoso desse escritor russo naturalizado norte-americano, inaugura a coleção "Biblioteca Folha" com a maior tiragem inicial que um romance já teve no Brasil.
Lançada com 5.000 cópias, em Paris, em 1955, a história da menina de 12 anos e meio que seduz o experiente professor Humbert Humbert estará impressa em 1,1 milhão de exemplares, distribuídos gratuitamente para assinantes e leitores da Folha e do jornal "O Globo", do Rio.
"É absolutamente chocante saber que estão fazendo no Brasil uma tiragem de 1,1 milhão de exemplares de 'Lolita'. Parece ser o recorde mundial deste livro", diz à Folha um dos grandes estudiosos da obra de Nabokov, o russo Maxim D. Shrayer.
Se o número impressiona o professor de literatura do Boston College, nos Estados Unidos, mais espanto causa aqui no Brasil.
"Imprimo livros desde 1978 e nunca ouvi falar de uma tiragem deste porte para um romance", afirma Mário César de Camargo, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf).
Segundo ele, só se produz quantidades semelhantes no país, de uma só vez, para grandes compras governamentais --e de livros didáticos.
Para romances em geral, nacionais ou estrangeiros, vale lembrar, a tiragem média brasileira é de 3.000 exemplares. Uma das maiores impressões já feitas no país de uma vez só, a do romance "Onze Minutos" (editora Rocco), do best-seller Paulo Coelho, foi de 200 mil cópias.
Para Vladimir Ranevsky, diretor-presidente no Brasil da segunda maior gráfica do mundo, a R.R. Donnelley, o mais marcante do 1,1 milhão de "Lolitas" é serem elas impressas em capa dura, formato que terão todos os 30 títulos da "Biblioteca Folha". "Nunca se fez algo assim no Brasil."
Outra coleção de livros que está sendo comercializada nas bancas do país, também em capa dura, a série "Obras-Primas", da editora Nova Cultural, teve como tiragem inicial 60 mil exemplares. O livro de estréia era "Dom Quixote", clássico de Miguel de Cervantes que já tem quase 500 anos --o polêmico "Lolita" (censurado em países como a África do Sul até 1982) tem menos de meio século.
"A 'Biblioteca Folha' é uma iniciativa de coragem. Merece aplauso e nossa torcida", diz Janice Flórido, diretora da Nova Cultural.
Especial
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"Lolita" bate recorde de tiragem no Brasil
CASSIANO ELEK MACHADOda Folha de S.Paulo
Nunca houve uma mulher como Lolita. Pelo menos não para o mercado editorial brasileiro. É com ela, essa menina-moça criada por Vladimir Nabokov, que o universo do livro nacional ganha amanhã um novo recorde.
"Lolita", o livro mais famoso desse escritor russo naturalizado norte-americano, inaugura a coleção "Biblioteca Folha" com a maior tiragem inicial que um romance já teve no Brasil.
Lançada com 5.000 cópias, em Paris, em 1955, a história da menina de 12 anos e meio que seduz o experiente professor Humbert Humbert estará impressa em 1,1 milhão de exemplares, distribuídos gratuitamente para assinantes e leitores da Folha e do jornal "O Globo", do Rio.
"É absolutamente chocante saber que estão fazendo no Brasil uma tiragem de 1,1 milhão de exemplares de 'Lolita'. Parece ser o recorde mundial deste livro", diz à Folha um dos grandes estudiosos da obra de Nabokov, o russo Maxim D. Shrayer.
Se o número impressiona o professor de literatura do Boston College, nos Estados Unidos, mais espanto causa aqui no Brasil.
"Imprimo livros desde 1978 e nunca ouvi falar de uma tiragem deste porte para um romance", afirma Mário César de Camargo, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf).
Segundo ele, só se produz quantidades semelhantes no país, de uma só vez, para grandes compras governamentais --e de livros didáticos.
Para romances em geral, nacionais ou estrangeiros, vale lembrar, a tiragem média brasileira é de 3.000 exemplares. Uma das maiores impressões já feitas no país de uma vez só, a do romance "Onze Minutos" (editora Rocco), do best-seller Paulo Coelho, foi de 200 mil cópias.
Para Vladimir Ranevsky, diretor-presidente no Brasil da segunda maior gráfica do mundo, a R.R. Donnelley, o mais marcante do 1,1 milhão de "Lolitas" é serem elas impressas em capa dura, formato que terão todos os 30 títulos da "Biblioteca Folha". "Nunca se fez algo assim no Brasil."
Outra coleção de livros que está sendo comercializada nas bancas do país, também em capa dura, a série "Obras-Primas", da editora Nova Cultural, teve como tiragem inicial 60 mil exemplares. O livro de estréia era "Dom Quixote", clássico de Miguel de Cervantes que já tem quase 500 anos --o polêmico "Lolita" (censurado em países como a África do Sul até 1982) tem menos de meio século.
"A 'Biblioteca Folha' é uma iniciativa de coragem. Merece aplauso e nossa torcida", diz Janice Flórido, diretora da Nova Cultural.
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