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12/06/2003 - 05h03

Patagônia emoldura buscas e banalidades de "Histórias Mínimas"

da Folha de S.Paulo

Há quase nada de acontecimentos nas "Histórias Mínimas" do cineasta argentino Carlos Sorin -o filme é hors-concours no festival Cinesul, que começa hoje no Rio de Janeiro e no próximo dia 24 em São Paulo.

Na paisagem desértica da Patagônia, um idoso busca o cão fugitivo, o vendedor titubeia no flerte com uma cliente, a dona-de-casa decide participar de um programa de TV para concorrer a um eletrodoméstico.

O que agiganta o mundo minúsculo dos personagens de Sorin é sua capacidade de reverberar no espectador, pelo que é comum a toda vida, seja ela banal ou extraordinária. Porque, afinal, é o autoperdão o que de fato procura don Justo, o idoso, no reencontro com seu cão, Malacara. É a possibilidade de se apaixonar de novo (depois da perda de um amor) o fundo da hesitação de Roberto, o vendedor. É a curiosidade do novo o que move Maria, a dona-de-casa, até o jogo televisivo.

O diretor diz que a escolha da Patagônia como cenário foi definitiva para o seu projeto. "Num ambiente urbano como Buenos Aires, contingências como a crise econômica ocultam os sentimentos e desejos mais íntimos e comuns que todos temos. Na Patagônia, as pessoas vivem mal sempre. A emergência de uma crise não se manifesta tanto", afirma Sorin, por telefone, de seu escritório em Buenos Aires.

O elenco de "Histórias Mínimas" é formado por atores não-profissionais, numa escolha que, segundo o diretor, faz parte da "tendência ao realismo da recente produção argentina e brasileira".

Safra

O festival Cinesul pretende ser uma amostra não apenas dessa, mas de todas as tendências estilísticas do atual cinema produzido na América Latina.

Para Leonardo Gavina, responsável pela programação do festival, a recente safra latina "não é uma escola que surgiu, com caráter único". Ele avalia que há diversidade de gêneros e estilos na produção de cada um dos oito países representados no Cinesul.

Além de uma mostra competitiva com nove títulos, o festival terá retrospectivas do cinema argentino e chileno e outras atividades paralelas, no Rio. São Paulo assistirá apenas à mostra competitiva. Segundo Gavina, uma dificuldade no calendário obrigou a redução.

Competem pelo troféu popular do Cinesul: "Aro Tolbukhin en la Mente del Asesino", de Agustí Villaronga, Lydia Zimermann e Isaac Racine (México/Espanha), "Samy y Yo", de Eduardo Milewics (Argentina), com Ricardo Darín ("O Filho da Noiva") e Angie Cepeda ("Pantaleão e as Visitadoras"), "El Fotógrafo", de Sebastián Alarcón (Chile), "Herencia", de Paula Fernández (Argentina), "Acosada en Lunes de Carnaval", de Malena Roncayolo (Colômbia/Venezuela/México), "Estrella del Sur", de Luis Nieto (Uruguai), "Miradas", de Enrique Alvarez (Cuba), "Un Mundo Raro", de Armando Casas (México) e o brasileiro "Celeste e Estrela", de Betse de Paula. A disputa de trabalhos em vídeo tem 64 títulos.

A diretora uruguaia Beatriz Flores virá receber o prêmio da edição 2002, dado ao seu "En la Puta Vida". O ator argentino Jean-Pierre Noher ("Estrella del Sur") e o chileno Gabriel Muñoz ("El Fotógrafo") também são convidados do festival.


CINESUL - FESTIVAL LATINO-AMERICANO DE CINEMA E VÍDEO
Quando: de hoje a 22/6 no Rio; de 24 a 29/6 em SP
Onde: CCBB-RJ (r. Primeiro de Março 66, Centro, tel.0/xx/ 21/3808-2020) e Centro Cultural dos Correios (r. Visconde de Itaboraí, 20, Centro, 0/xx/ 2503-8770); CCBB-SP (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 0/xx/ 11/ 3113-3651)
Quanto: R$ 8 (cinepasse do CCBB, válido por 30 dias para as sessões no local); nos Correios, grátis.
Na internet: www.cinesul.com.br
Patrocinadores: Banco do Brasil e Correios
 

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