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30/06/2003
-
05h53
Colunista da Folha de S.Paulo
E das cinzas do Metallica se fez o... Metallica. E lá se vai o heavy metal chacoalhar violentamente outra vez.
"St. Anger", novo CD da banda pesada mais famosa do planeta, faz o Metallica jogar no lixo suas experimentações com country, covers punk e música de orquestra para promover o retorno do grupo ao metal visceral e raivoso que deu fama ao quarteto lá atrás e acordar o gênero que vem dormindo há tempos no colo do rap.
A contundência de "St. Anger" é tanta que dá até para esquecer que os integrantes do Metallica jogaram contra os próprios fãs ao tentar covardemente parar a revolução MP3, comprando uma briga com a comunidade Napster.
Mas a conversa sobre revolução aqui é outra. Megabanda que fez primeiro o thrash metal e depois o heavy metal serem deglutidos por ouvidos mais populares, é surpreendente que, nesta altura do rock, o Metallica cometa o disco mais pesado de sua carreira.
E é isso que "St. Anger" é: pesado, indigesto, "diferente" para quem começou inaudível de tão rude, foi ao popular (um certo "popular" na verdade) e agora volta a ser inaudível de tão... rude.
Para começar, o novo CD é mal gravado (artifício para ter a rudez mencionada), sujo e ultra-rápido, sem solo de guitarra. Em palavras roqueiras: sem frescura. Os dois bumbos do baterista Lars Ulrich, a guitarra insana do também vocalista James Hetfield e o peso mais floreado do outro guitarrista, Kirk Hammett, dão revigorada força ao trio de ferro do Metallica.
Mais no estilo e no efeito do que musicalmente, "St. Anger" remete direto a 1988, quando o Metallica lançou o épico "...And Justice for All" e cimentou a passarela do metal absurdo para o paraíso de vendagem do rock mainstream.
De novo, é disco que consegue ser tão brutal e popular, ao mesmo tempo, que entrou direto no topo da "Billboard", vendendo quase 500 mil cópias na primeira semana em que foi lançado. É engraçado imaginar um mundaréu de gente cantando letras como "eu quero minha raiva para ser saudável", como em "St. Anger", a faixa-título e o primeiro single, outro best-seller da "Billboard".
"St. Anger", o CD, são 11 faixas, 75 minutos e um punhado de letras iradas, embaladas sem parar por riffs pesados e velozes e uma bateria absurdamente agressiva.
Com o CD, vem junto um DVD de preciosa iniciativa. É o disco inteiro tocado em clima de ensaio de gravação, o melhor "making of" acoplado a um CD da história do rock. E o Metallica voltou a ser pau puro para as massas. Se é que as massas vão aguentar.
Metallica retorna ao metal visceral e raivoso
LÚCIO RIBEIROColunista da Folha de S.Paulo
E das cinzas do Metallica se fez o... Metallica. E lá se vai o heavy metal chacoalhar violentamente outra vez.
"St. Anger", novo CD da banda pesada mais famosa do planeta, faz o Metallica jogar no lixo suas experimentações com country, covers punk e música de orquestra para promover o retorno do grupo ao metal visceral e raivoso que deu fama ao quarteto lá atrás e acordar o gênero que vem dormindo há tempos no colo do rap.
A contundência de "St. Anger" é tanta que dá até para esquecer que os integrantes do Metallica jogaram contra os próprios fãs ao tentar covardemente parar a revolução MP3, comprando uma briga com a comunidade Napster.
Mas a conversa sobre revolução aqui é outra. Megabanda que fez primeiro o thrash metal e depois o heavy metal serem deglutidos por ouvidos mais populares, é surpreendente que, nesta altura do rock, o Metallica cometa o disco mais pesado de sua carreira.
E é isso que "St. Anger" é: pesado, indigesto, "diferente" para quem começou inaudível de tão rude, foi ao popular (um certo "popular" na verdade) e agora volta a ser inaudível de tão... rude.
Para começar, o novo CD é mal gravado (artifício para ter a rudez mencionada), sujo e ultra-rápido, sem solo de guitarra. Em palavras roqueiras: sem frescura. Os dois bumbos do baterista Lars Ulrich, a guitarra insana do também vocalista James Hetfield e o peso mais floreado do outro guitarrista, Kirk Hammett, dão revigorada força ao trio de ferro do Metallica.
Mais no estilo e no efeito do que musicalmente, "St. Anger" remete direto a 1988, quando o Metallica lançou o épico "...And Justice for All" e cimentou a passarela do metal absurdo para o paraíso de vendagem do rock mainstream.
De novo, é disco que consegue ser tão brutal e popular, ao mesmo tempo, que entrou direto no topo da "Billboard", vendendo quase 500 mil cópias na primeira semana em que foi lançado. É engraçado imaginar um mundaréu de gente cantando letras como "eu quero minha raiva para ser saudável", como em "St. Anger", a faixa-título e o primeiro single, outro best-seller da "Billboard".
"St. Anger", o CD, são 11 faixas, 75 minutos e um punhado de letras iradas, embaladas sem parar por riffs pesados e velozes e uma bateria absurdamente agressiva.
Com o CD, vem junto um DVD de preciosa iniciativa. É o disco inteiro tocado em clima de ensaio de gravação, o melhor "making of" acoplado a um CD da história do rock. E o Metallica voltou a ser pau puro para as massas. Se é que as massas vão aguentar.
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