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03/07/2003 - 02h47

Retrô é revisto com novos materiais na SPFW

ERIKA PALOMINO
colunista da Folha

De uns tempos para cá a moda fala de retrô, nostalgia, vintage (pronuncia-se, por favor, víntage). O processo de releitura de outras décadas do século 20 começou em meados dos anos 90 e toma curso na São Paulo Fashion Week, no segundo dia de desfiles do evento

Trata-se da busca estética por valores já praticados, por formas já vistas, revisitadas agora com novos materiais, por novas gerações. Afinal, uma jovem dos dias de hoje não havia tido ainda a mesma oportunidade da modelo Jeísa Chiminazzo de vestir uma gigantesca saia balonê com muitas camadas de tule --como ela fez, anteontem, nos desfiles de Sommer e Triton.

A ingenuidade da década de 50, celebração das formas femininas do New Look instalado por Christian Dior em 1947, enterrava de vez as agruras da Segunda Guerra e a economia de tecidos. Aqui, o racionamento de pano se faz conceitual, invisível, até. Mas acontece, informalmente, no dia-a-dia do varejo.

"Sempre buscamos algo no retrô. Os anos 50, em período pós-guerra, foram muito importantes, todo mundo queria ficar feliz e alegre", justifica Tufi Duek para a sua Triton. "Olhar para trás é tão importante quanto andar para a frente."

Marcelo Sommer, mago do hedonismo surgido nas passarelas dos 90 no cenário fashion brasileiro, carimba seu passaporte 2004 ao interpretar seu próprio vocabulário, em uma de suas mais femininas coleções.

O escorregador na passarela despista a diversão infantil. Mas vestidos de cinza, seus personagens vivem mais um day after de ressaca do que a loucurama da pista de dança (de desfiles anteriores). A coleção de Sommer é pós-clubber. Um belo desfile.

Em clima de boate hardcore, a Rosa Chá mostra que não está para brincadeira. E faz história com seu verão 2004. Ah, se essa moda pega... E tomara que pegue. Já pensou? Meninos e meninas em Ipanema com o "derrière" assim, tão à vontade? A marca paulista dá banho de prêt-à-porter de areia com coleção de muitos avanços formais e alguns momentos memoráveis, como as oncinhas e cobras, os índios em lugares estratégicos, as flores brasileiras. Delícia.

A Ellus feminina se joga no étnico, embalando uma coleção comercial nas calças e subjetivas nos estranhos vestidos florais. É mudança conceitual. Focando no produto, realizando um bom desfile, a Patachou de Terezinha Santos dá o que seu público quer, mas --socorro-- é preciso corpinho de modelo para tanto vestido de tricô branco.

Especial
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