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03/07/2003 - 19h36

Veja crítica de 30 filmes; escolha o que ver no fim-de-semana

RICARDO FELTRIN
Editor da Folha Online

Segue abaixo uma "minicrítica" de 30 filmes em cartaz nos cinemas. Os filmes estão citados em ordem de "indicação". Ou seja, dos melhores para os piores, segundo avaliação da reportagem. Serve como dica para você saber o que vale a pena assistir no final de semana.

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Num Céu Azul Escuro - Até agora é o grande e belo épico do ano. Uma história real de amor e de amizade (e inimizade) durante a Segunda Guerra, com uma trilha sonora belíssima e uma direção de fotografia impressionante. Não perca a pré-estréia (pela quinta semana seguida, aliás), à 0h de sábado no Arteplex Frei Caneca.

Hulk - Deixe de vacilo e vá correndo. Em termos de montagem é realmente revolucionário. Você "assiste" a uma história em quadrinhos na tela. O protagonista nem é lá muito carismático quando não está verde, mas tem um Nick Nolte fantástico...

Longe do Paraíso - Julianne Moore vale o ingresso em dobro, numa das atuações mais impressionantes e detalhistas já vistas. Difícil definir: é um filme "deliciosamente triste". É uma pena que muitos críticos já estejam "entregando" em resenhas pontos-chave do filme, estragando surpresas.

Desmundo - Uma grande saga emocional, coroada pela química dramatúrgica perfeita entre Simone Spoladore e Osmar Prado. A fotografia às vezes "peca" (na escuridão de Ubatuba), mas é uma obra grandiosa e imperdível.

Nelson Freire - Se você gosta de música, não perca esta história --ou melhor, documentário-- de amor sobre um pianista e seu instrumento. Prova de que humildade e talento, quando reunidos, são inesquecíveis.

A Última Noite - Sensacional obra de Spike Lee. Dramática, às vezes engraçada; outras, emotiva; inteligente... tudo reunido num só filme. Fique sentadinho até os créditos e ouça a versão um pouco mais "hard" de "The Fuse", com Bruce "Do Boss" Springsteen.

Procurando Nemo - Quando a história dos peixinhos termina, após uma hora e meia de animação, todas as crianças do cinema lamentam num sonoro "Aaaaaaara!". É isso mesmo. É tão legal, tão divertido, que é chato quando acaba. Fato raríssimo no Brasil, a dublagem não merece virar alvo de chacotas diante da qualidade da produção. Se for levar a criançada, aproveite e assista no Cinemágico (Cinemark/shopping Santa Cruz), porque a sala tem interação com o público mirim.

O Bastardo - Imperdível. Difícil lembrar de outro filme em que a erotização da trama tenha sido tão bem dosada, pertinente e relevante. Uma história tailandesa que deve ocorrer todos os dias em todas as sociedades machistas e pobres do mundo --incluindo, claro, o Brasil.

Tiros em Columbine - O retrato da hipocrisia e do falso puritanismo da América não só de Bush, mas também de Clinton. Só faltou talvez à Michael Moore remeter um pouco mais a platéia às origens "colonizadas" de tanta mentira e violência nesse belicoso país. Ele o faz em relação ao vizinho Canadá, no entanto. A animação e o sarcasmo intercalados ao filme são de muito bom gosto, também.

O Que Fazer em Caso de Incêndio - Mistura ação, comédia, drama e a edição é bem veloz. Resultado: produção alemã bem bacana, embora tenha uns probleminhas e "forçadas de barra" no desfecho. Mas acaba ficando divertido e vale a pena.

Kamchatka - Não viu ainda? Está há meses em cartaz, criatura! O que está esperando? Os atores-mirins são um show à parte. O único senão é que já está-se correndo o risco de todos se cansarem da super-exposição de Ricardo Darín em filmes "made in Argentina". Começou a enjoar...

O Filho - Gente acostumada apenas ao enquadramento e edição do cinema "comum" norte-americano deverá se incomodar bastante com esta obra belga dos irmãos Dardenne. Talvez este filme seja o merecedor de fato do nome "Dia do Perdão" (usado na obra do israelense Amos Gitai).

A Festa Nunca Termina - O formato de documentário faz o tempo passar voando neste filme inglês. Como a idéia é contar a história e não agradar aos fãs de bandas, nem pense em ouvir qualquer música de seus ídolos até o fim. Mesmo assim, vale muito a pena, ainda mais se você tem entre 30 e 45 anos, mais ou menos...

O Homem que Copiava - Tudo bem, é um bom filme. Nem poderia ser diferente, já que tem atores de primeira como Lázaro Ramos, Leandra Leal e Pedro Cardoso. Em compensação também tem Luana Piovani fazendo o único papel que parece saber fazer bem: o de gostosa (e mala).

O Pianista - Adrien Brody não ganhou o Oscar de melhor ator por acaso, e nem Roman Polanski mordeu o de "melhor diretor" injustamente. A história impressiona mais por sabermos ser real. Pena que só esteja em cartaz no desconfortável Belas Artes e suas cadeiras "assassinas" de costas saudáveis.

Todo Poderoso - Claro que muita gente vai torcer o nariz, dizendo: "Credo, eu detesto o Jim Carrey". Vá lá, mas e quanto a Jennifer Aniston? Quem poderia odiá-la? Niiiiiiinguém! Está maravilhosa no filme. E Carrey também. Afinal, o objetivo é a pura diversão. Se você quer um filme "cabeça", vá ver "Taurus", ora!

Por um Fio - um enredo surreal somado a um ótimo roteiro deu equilíbrio a esta "conformista" obra de Joel Schumacher. O final dá uma certa raivinha, mas, vá lá... paciência. Com 81 minutos, está no tamanho exato de sua importância para o cinema.

O Tempo de Cada Um - Tem uma única exibição neste final de semana, no Top Cine. Assim como Ricardo Darín na Argentina, a atriz Kyra Sedgwick está virando figurinha fácil nestas produções "pseudo" independentes do cinema norte-americano. Trata da história de três mulheres cuja única inter-relação que terão é uma notícia no rádio e as próprias lágrimas. Bonitinho e ordinário.

O Homem Sem Passado - Voltou a entrar em cartaz. Uma boa oportunidade para ver um cinema com diálogos não convencionais e música divertida. Na verdade, trata-se de uma história de amor com final... bem, não vou contar para não estragar a surpresa.

Frida - Aproveite antes que saia de cartaz. A "pílula" da vida de Frida Kahlo é bastante "dourada" por Salma Hayek, mas ainda assim é um grande filme, e tem lindas trilha e fotografia.

As Horas - Todo mundo fala de Nicole Kidman (Oscar de Melhor Atriz), mas é Julianne Moore quem rouba a cena neste filme pesadão. Se quer ver algo "alegrinho", escolha outra coisa.

Roma - Não é um dos Fellinis mais brilhantes. É um tanto prolixo, cansativo. Mas vale pelo retrato que apresenta de uma Roma e de uma sociedade tão sanguínea como a italiana, e ainda por cima nos anos 70.

Taurus - Do mesmo diretor de "Arca Russa" --talvez o filme campeão do ano em número de pessoas que se levantam e vão embora antes do final. Com "Taurus" não é diferente. O filtro esverdeado que permeia os 94 minutos da obra faz muita gente picar a mula no meio da história. Não faça isso: a caracterização dos ditadores --especialmente Stálin, que parece uma velha rabugenta que não pára de grunhir-- é impagável.

O Filho da Noiva - Lá vai o Ricardo Darín de novo... A história é um tanto menos atraente que as duas horas de filme se propõem a contar, mas, enfim... (obs - é este filme, e não "Kamtchaka" que está há quase oito meses em cartaz, diferentemente do que estava publicado nesta crítica).

Matrix Reloaded - Eis um filme tolo e sem conteúdo. Se essa obra é a tal "revolução", tão apregoada pelos fãs doentes da saga, lamento informar-lhes que o cinema então começou a involuir. A impressão (ou certeza, melhor dizendo) é que o roteiro foi feito a partir dos efeitos especiais, e não o contrário. Sem contar a propaganda enganosa do "microclipe" do próximo episódio, após os looooooongos créditos. Quase revoltante.

X-Men 2 - Claro que vale a pena, mas está num cinema extremamente modesto, o Lilian Lemmertz. Por causa disso, você vai perder boa parte do espetáculo visual e sonoro.

Canguru Jack - Alguém tem que dar um basta na propaganda enganosa que algumas distribuidoras de filmes fazem. Neste, por exemplo, a importância do canguru é muuuuuuito menor que a apregoada na publicidade. Isso irrita. Mas as criancinhas vão acabar gostando, mesmo assim...

+ Velozes + Furiosos - A atuação de Tyrese e Paul Walker mereceria vários Framboesas de Ouro. Canastrões de mão cheia. E olha que o Vin Diesel também não faz falta nenhuma, porque é outro "canastrildo". Um roteiro bem "mala", baseado em bundas e peitos de americanas de Miami escassamente vestidas, somado a carros potentes. Para adolescente ver.

Embriagado de Amor - É isso mesmo, leitores: este filme com Adam Sandler está abaixo de "+ Velozes" na nossa cotação. Utilizar o termo "amor" em títulos de cinema é, há muito tempo, um mecanismo vergonhoso e apelativo para "interessar" parte do público. MAs é um truque que já empapuçou. "Embriagado..." é tolo, vazio e tão estúpido quanto o protagonista, que estava muito mais interessante no teen-movie "Garota Veneno".

Stuart Little - Esse rato sem a menor auto-estima bem que mereceria uma boa vassourada, mas sua empatia junto à criançada é inegável. Fica um alpiste para a "atuação" da "passarinha ladra" da trama.
 

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