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07/07/2003
-
06h15
da Folha de S.Paulo
Moda, no Brasil, tem gosto de festa. E é em forma de celebração que a São Paulo Fashion Week mobilizou as atenções de público e da mídia durante a semana passada -período em que o boné do MST do presidente Lula foi mais falado que os maiôs peladões da Rosa Chá.
Foram 45 desfiles oficiais dentro da programação e algumas apresentações paralelas. O resultado: um gigantesco processo de deselitização, contribuindo, de fato, para a formação de uma cultura de moda. Para despertar o desejo e estimular a compra, as passarelas ganham imagens de beleza, glamour e sexo e viram palco para momentos de puro escapismo, despertando no público de 90 mil pessoas do evento momentos de sonho e delírio fashion.
Escapismo agora é tendência. O otimismo está no ar. A idéia é alcançar o único, o diferencial -quanto mais absurdo, melhor. A linguagem do verão 2004 inclui o étnico (em Ellus e Lino Villaventura), africana (Lorenzo Merlino e Eduardo Suppes), amazônico (André Lima), mexicano (Zoomp), indiano (Cavalera, em desfile e coleção magistrais).
Estão valendo o lúdico, o infantil e o experimental, como em Gloria Coelho, Mareu Nietscke, Jefferson Kulig. Hip hop e esportivo aparecem, orientando para materiais como o moletom, descompromissado, e telinhas vindas da ginástica. Reinaldo Lourenço, o masculino da Forum, Lorenzo Merlino e o streetwear da Cavalera acionam as duas linguagens.
O esporte da hora é o basquete, inspirando Fause Haten (o estilista vive momento de adoração por parte do público). O plush, material atoalhado, é uma das novidades. Sai do mundo da moda praia para ganhar versões sofisticadas, como na Cori e na Água de Coco.
Além do hip hop, a música influencia a moda com a new wave anos 80, com cores cítricas nas roupas da Vide Bula, Alexandre Herchcovitch, Caio Gobbi, Iódice e Zapping. Os 80 estão também nas formas à la Mugler da Forum e Alphorria. Outra década marcante, os anos 50 estão em Sommer e na Triton.
Flores e cores, nas maiores misturas possíveis. Amarelo, pink, laranja e vermelho. O "dolce far niente" é tema das coleções masculinas de V.Rom, Forum e British Colony. A moda está de férias. Merecidas.
Especial
Confira a programação e acompanhe os desfiles da SPFW
SPFW desperta o desejo com escapismo fashion
ERIKA PALOMINOda Folha de S.Paulo
Moda, no Brasil, tem gosto de festa. E é em forma de celebração que a São Paulo Fashion Week mobilizou as atenções de público e da mídia durante a semana passada -período em que o boné do MST do presidente Lula foi mais falado que os maiôs peladões da Rosa Chá.
Foram 45 desfiles oficiais dentro da programação e algumas apresentações paralelas. O resultado: um gigantesco processo de deselitização, contribuindo, de fato, para a formação de uma cultura de moda. Para despertar o desejo e estimular a compra, as passarelas ganham imagens de beleza, glamour e sexo e viram palco para momentos de puro escapismo, despertando no público de 90 mil pessoas do evento momentos de sonho e delírio fashion.
Escapismo agora é tendência. O otimismo está no ar. A idéia é alcançar o único, o diferencial -quanto mais absurdo, melhor. A linguagem do verão 2004 inclui o étnico (em Ellus e Lino Villaventura), africana (Lorenzo Merlino e Eduardo Suppes), amazônico (André Lima), mexicano (Zoomp), indiano (Cavalera, em desfile e coleção magistrais).
Estão valendo o lúdico, o infantil e o experimental, como em Gloria Coelho, Mareu Nietscke, Jefferson Kulig. Hip hop e esportivo aparecem, orientando para materiais como o moletom, descompromissado, e telinhas vindas da ginástica. Reinaldo Lourenço, o masculino da Forum, Lorenzo Merlino e o streetwear da Cavalera acionam as duas linguagens.
O esporte da hora é o basquete, inspirando Fause Haten (o estilista vive momento de adoração por parte do público). O plush, material atoalhado, é uma das novidades. Sai do mundo da moda praia para ganhar versões sofisticadas, como na Cori e na Água de Coco.
Além do hip hop, a música influencia a moda com a new wave anos 80, com cores cítricas nas roupas da Vide Bula, Alexandre Herchcovitch, Caio Gobbi, Iódice e Zapping. Os 80 estão também nas formas à la Mugler da Forum e Alphorria. Outra década marcante, os anos 50 estão em Sommer e na Triton.
Flores e cores, nas maiores misturas possíveis. Amarelo, pink, laranja e vermelho. O "dolce far niente" é tema das coleções masculinas de V.Rom, Forum e British Colony. A moda está de férias. Merecidas.
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