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11/07/2003
-
06h23
da Folha de S.Paulo
Parceiro histórico de Milton Nascimento, o compositor Fernando Brant acusa: as gravadoras estão tentando intervir nos direitos autorais brasileiros. Segundo ele, elas estariam "loteando" a pequena sociedade autoral Abramus para ampliar seu círculo de influência nesse âmbito.
Brant diz que, a partir de uma série de derrotas, as gravadoras "resolveram que elas e suas editoras deveriam se reunir em uma sociedade autoral e alugaram a Abramus para tentar comandar os direitos no Brasil".
Presidente da Abramus, o advogado Roberto Corrêa de Mello nega as acusações. "A Abramus é um espelho de todo o universo autoral brasileiro. Tem representação equilibrada de autores, intérpretes, músicos, gravadoras e editoras", diz.
Diz que Brant reclama porque a UBC (sociedade na qual trabalha) está perdendo grande número de sócios para a concorrente. Segundo ele, já foram para a Abramus nomes como Caetano Veloso, Marisa Monte, Zezé di Camargo & Luciano, Alexandre Pires e Sandy & Júnior.
Mello diz que a diretoria conta com dois representantes de cada categoria --pelas gravadoras, são Roberto Souto (da Som Livre, da Rede Globo) e Líber Gadelha (da Indie Records).
No fogo cruzado, Glória Braga, superintendente do Ecad (escritório que reúne e unifica as 12 sociedades arrecadadoras do país), afirma que "a diretoria da Abramus é de pessoal de gravadora". Mas diz que a disputa não é assunto para o Ecad.
O NÃO-LANÇAMENTO
Em 87, o grupo carioca Picassos Falsos contrariou a geração pop-rock dos 80 e adicionou tempero MPB no seu muito roqueiro LP de estréia. "Carne e Osso" vinha com trechos do samba inaugural "Se Você Jurar" (31), de Ismael Silva, e incorporava citação ao funk "Cristina" (70), de Tim Maia. "Picassos Falsos" inovava sendo rock sem enjeitar as tradições brasileiras --o nome disso, nos 90, seria mangue beat, como lembra Samuel Rosa, que capturou o picasso falso Humberto Effe para uma parceria no novo CD do Skank. Effe hoje trabalha na reunião dos Picassos, mas seus rocks oitentistas só foram recuperados numa coletânea bagunçada da BMG. No formato original, não.
OS INDEPENDENTES
Fred Martins afirma que a independente Deckdisc desistiu de lançar seu segundo CD, após carta sua ao diretor João Augusto, em que ele citou interferência no trabalho musical (que diz considerar normal) e se recusou a retocar a arte do CD, que traz fotos do produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto. João teria argumentado que eram "artísticas demais".
OS INDEPENDENTES 2
João Augusto diz que não é bem assim. Classifica as fotos de "sensacionais" e afirma que o projeto gráfico estava "muito aquém" das fotos. "Se Fred não quiser ou não puder lançar o CD por outra companhia, o faremos aqui", afirma. Sobre a suposta ingerência musical, guarda silêncio.
À NOITE
O novo CD inédito e independente de Lobão deve sair em outubro, nas lojas e em postos da BR. "Canções dentro da Noite Escura" é co-produzido por Pedro Garcia, 22, baterista do Planet Hemp. Lobão não decidiu se incluirá a regravação eletrônica que fez de sua "Vida, Louca Vida" (87) para o filme "Os Normais".
Autor Fernando Brant denuncia "loteamento"
PEDRO ALEXANDRE SANCHESda Folha de S.Paulo
Parceiro histórico de Milton Nascimento, o compositor Fernando Brant acusa: as gravadoras estão tentando intervir nos direitos autorais brasileiros. Segundo ele, elas estariam "loteando" a pequena sociedade autoral Abramus para ampliar seu círculo de influência nesse âmbito.
Brant diz que, a partir de uma série de derrotas, as gravadoras "resolveram que elas e suas editoras deveriam se reunir em uma sociedade autoral e alugaram a Abramus para tentar comandar os direitos no Brasil".
Presidente da Abramus, o advogado Roberto Corrêa de Mello nega as acusações. "A Abramus é um espelho de todo o universo autoral brasileiro. Tem representação equilibrada de autores, intérpretes, músicos, gravadoras e editoras", diz.
Diz que Brant reclama porque a UBC (sociedade na qual trabalha) está perdendo grande número de sócios para a concorrente. Segundo ele, já foram para a Abramus nomes como Caetano Veloso, Marisa Monte, Zezé di Camargo & Luciano, Alexandre Pires e Sandy & Júnior.
Mello diz que a diretoria conta com dois representantes de cada categoria --pelas gravadoras, são Roberto Souto (da Som Livre, da Rede Globo) e Líber Gadelha (da Indie Records).
No fogo cruzado, Glória Braga, superintendente do Ecad (escritório que reúne e unifica as 12 sociedades arrecadadoras do país), afirma que "a diretoria da Abramus é de pessoal de gravadora". Mas diz que a disputa não é assunto para o Ecad.
O NÃO-LANÇAMENTO
Em 87, o grupo carioca Picassos Falsos contrariou a geração pop-rock dos 80 e adicionou tempero MPB no seu muito roqueiro LP de estréia. "Carne e Osso" vinha com trechos do samba inaugural "Se Você Jurar" (31), de Ismael Silva, e incorporava citação ao funk "Cristina" (70), de Tim Maia. "Picassos Falsos" inovava sendo rock sem enjeitar as tradições brasileiras --o nome disso, nos 90, seria mangue beat, como lembra Samuel Rosa, que capturou o picasso falso Humberto Effe para uma parceria no novo CD do Skank. Effe hoje trabalha na reunião dos Picassos, mas seus rocks oitentistas só foram recuperados numa coletânea bagunçada da BMG. No formato original, não.
OS INDEPENDENTES
Fred Martins afirma que a independente Deckdisc desistiu de lançar seu segundo CD, após carta sua ao diretor João Augusto, em que ele citou interferência no trabalho musical (que diz considerar normal) e se recusou a retocar a arte do CD, que traz fotos do produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto. João teria argumentado que eram "artísticas demais".
OS INDEPENDENTES 2
João Augusto diz que não é bem assim. Classifica as fotos de "sensacionais" e afirma que o projeto gráfico estava "muito aquém" das fotos. "Se Fred não quiser ou não puder lançar o CD por outra companhia, o faremos aqui", afirma. Sobre a suposta ingerência musical, guarda silêncio.
À NOITE
O novo CD inédito e independente de Lobão deve sair em outubro, nas lojas e em postos da BR. "Canções dentro da Noite Escura" é co-produzido por Pedro Garcia, 22, baterista do Planet Hemp. Lobão não decidiu se incluirá a regravação eletrônica que fez de sua "Vida, Louca Vida" (87) para o filme "Os Normais".
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