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24/07/2003 - 09h25

Juca de Oliveira mantém texto em que ataca políticos no teatro

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MARCELO BARTOLOMEI
Editor de entretenimento da Folha Online

Como toda estréia que se preze, o ator Juca de Oliveira recebeu um time de amigos e celebridades do teatro, cinema e TV no Cultura Artística para comemorar ontem (23) a estréia do espetáculo "A Flor do Meu Bem-Querer", dirigido por Naum Alves de Souza, e manteve o texto original da peça, mesmo após a saia-justa provocada em políticos tucanos na pré-estréia da semana passada.

A "metralhadora giratória" de Juca de Oliveira tem alvo certo: os gabinetes de deputados, senadores, os ministérios, o Palácio do Planalto e as campanhas eleitorais. Parece que não sobrou ninguém, né?

Chris Von Ameln/FI
O ator Juca de Oliveira em "A Flor do Meu Bem-Querer"

Pois é, o ator, que se diz um crítico de seu tempo e garante que tudo não passa de uma análise do que se lê diariamente na mídia, faz críticas a todo o sistema político brasileiro --e entra até na esfera mundial ao citar Bill Clinton.

Oliveira, que também é autor da peça, já havia avisado que não mexeria uma linha sequer. O espetáculo, de pouco mais de 1h30 de duração, é uma comédia que envolve a carreira política de um senador e uma família caipira que mora em sua fazenda no interior de São Paulo.

Cheia de clichês e piadas relacionadas à política, a peça cita, sem dó nem piedade, de Pitta e Maluf ao recente governo Lula. O senador José Otávio, personagem de Juca de Oliveira, fala da radical Heloísa Helena, da prefeita Marta Suplicy e seu namorado, Luís Favre, cita Genoino, José Dirceu e Antônio Palocci, além de não atender a um telefonema de FHC.

A fatia maior, no entanto, é dedicada ao tucanato, justamente quem não teria gostado nem um pouco do teor do texto. Da amargada derrota de José Serra à Presidência a histórias pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a peça cita também o caso Banestado e busca, na corrupção, seu pilar de sobrevivência.

A história é de um senador cheio de vícios políticos e com idéias completamente contrárias ao modelo social e de direitos humanos vigente. Para fazer caixa para a campanha de 2006, ele tem de vender uma fazenda adquirida de família, pois suas contas na Suíça --"quem não tem dinheiro na Suiça?", exclama o protagonista no início da peça-- foram congeladas após o escândalo dos fiscais no Rio de Janeiro.

Ao vender a fazenda, o senador nem se preocupa com as famílias que moram lá, inclusive com a jovem Flor (Dominique Brand), com quem tem um filho. É a estréia da atriz, que é filha de Nicole Puzzi, no teatro. A comédia aproveita para satirizar o "mercado" do DNA criado no país e a excessiva exploração de casos de paternidade pela mídia.

Também estão no elenco Eduardo Galvão, Cláudia Mauro, Genézio de Barros, Juan Alba e Jussara Freire que, aliás, é uma das responsáveis pelos seis aplausos em cena aberta ocorridos na estréia. Ela vive a caipira Dos Anjos, a mulher de Roque (Genézio de Barros), colono da fazenda. As vozes gravadas são de Marília Pêra.

O espetáculo fica três meses em cartaz na sala Sala Esther Mesquita, no Teatro Cultura Artística.

"A Flor do Meu Bem-Querer"
Texto:
Juca de Oliveira
Direção: Naum Alves de Souza
Com: Juca de Oliveira, Eduardo Galvão, Cláudia Mauro, Genézio de Barros, Juan Alba, Dominique Brand e Jussara Freire
Quando: de quinta a sábado, às 21h; domingo, às 18h
Onde: Teatro Cultura Artística - Sala Esther Mesquita (rua Nestor Pestana, 195, Consolação, São Paulo)
Quanto: de R$ 40 a R$ 90
Informações: 0/xx/11/6846-6000
Patrocínio: Microsiga
Realização: CIE-Brasil

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