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19/12/2007 - 11h22

Cineastas pedem mais reserva de mercado

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

O governo decide, nos próximos dias, qual será a reserva de mercado para o filme brasileiro em 2008. A cota de tela -número de dias de exibição obrigatória de filmes brasileiros nas salas comerciais- é fixada por decreto, a cada ano.

O mecanismo visa a proteger a produção nacional do que seria uma competição desigual, em seu próprio território, com o produto estrangeiro hegemônico -os filmes de Hollywood.

Os cineastas pedem aumento de 15% em relação à cota de 2007, que é de 28 dias de exibição de filmes brasileiros para salas individuais. A cifra sobe no caso dos complexos. Conjuntos de nove salas têm cota de 52 dias para cada uma.

"O argumento dos exibidores [proprietários de cinema] para não aumentar a cota de tela sempre foi o de que não havia produção suficiente de filmes brasileiros. Agora há", diz Ícaro Martins, presidente da Apaci (Associação Paulista de Cineastas), que requereu o aumento da cota de tela em reunião na Ancine (Agência Nacional do Cinema), que regula o setor.

O total de títulos brasileiros lançados neste ano deverá chegar a 82, com as estréias previstas até o próximo dia 25.

Público

O público dos filmes nacionais cresceu 11% em relação a 2006 (até o mês de novembro), enquanto os filmes estrangeiros registraram queda de 6,3% no mesmo período, segundo dados da empresa Filme B, especializada nesse mercado.

O resultado demonstra recuperação da performance dos filmes brasileiros em relação ao primeiro semestre, que registrou tendência de queda.

Colaborou para isso o fenômeno "Tropa de Elite", de José Padilha, que foi lançado em outubro e se tornou líder do ano entre os títulos nacionais, com 2,4 milhões de espectadores.

Enquanto os cineastas pediram aumento da cota de tela, os exibidores, também ouvidos pela Ancine, pediram sua redução. Os proprietários das salas comerciais argumentam que o aumento do número geral de títulos brasileiros produzidos não corresponde ao incremento do volume de títulos com bom desempenho de público.

"O filme nacional tem uma performance muito inconsistente. Nos últimos anos, o resultado sempre se baseou no desempenho de dois ou três filmes. A cota de tela está sendo cumprida à custa de passarmos filmes em sessões vazias", afirma Marcelo Bertini, presidente da Cinemark, a maior cadeia de cinemas do país.

O governo determina um número mínimo de títulos com o qual a cota de tela deva ser cumprida --dois filmes para salas individuais e 11 títulos para complexos acima de 11 salas.

Após debater com o setor, a Ancine encaminhou ao Ministério da Cultura proposta de decreto com a cota de 2008.

A agência afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "somente se pronunciará sobre o tema após a publicação do decreto presidencial".

 

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