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19/08/2003 - 03h51

Señor Coconut mostra versões latinas para clássicos pop

LÚCIO RIBEIRO
colunista da Folha de S.Paulo

A largada para o megaevento de arte latina promovido pelo Sesc vai ser dada por um... alemão. O músico e produtor Uwe Schmidt, mais conhecido como Atom Heart (também nada "latino") ou, mais ainda, como Señor Coconut (agora sim) é uma das principais atrações da Mostra Sesc de Artes - Latinidades, que abre hoje para convidados e recebe público de amanhã até o dia 31.

Señor Coconut e sua banda chilena com nenhum chileno tocam hoje na festa de abertura e amanhã, na Choperia, com venda de ingressos. E ele nem é mesmo alemão. Coconut é o cara que ganhou nome na música de vanguarda européia ao colocar a música latina em um laptop. Lançou o CD "El Baile Alemán" em 2000 com várias versões chachachá para clássicos do cultuado grupo Kraftwerk, pioneiro da eletrônica.

Recentemente soltou nas lojas "Fiesta Songs", álbum (inédito no Brasil) que empresta o molejo e o sabor latino a clássicos como "Beat It", de Michael Jackson, e "Smoke on the Water", do Deep Purple. De "sua cidade", Santiago, Chile, Coconut falou à Folha.

Folha - Por que um alemão como você escolheu o Chile para viver?
Señor Coconut -
Na verdade, eu sou austríaco de nascença, mas vivi até 97 em Frankfurt. Foi quando decidi mudar para o Chile com um amigo com o qual fazia música. Escolhemos o Chile porque queríamos um lugar totalmente isolado de qualquer tendência musical mais óbvia para tentar desenvolver um estilo diferente.

Folha - Seu nome é Uwe Schmidt. Como artista, Señor Coconut. Mas como produtor você assina Atom Heart. É isso?
Coconut -
É. Atom Heart veio do disco do Pink Floyd "Atom Heart Mother". Quando lancei meu primeiro disco, em 90, assinei o trabalho como Atom Heart porque gostei de usá-lo como pseudônimo. Aí adotei esse nome em meus trabalhos como produtor.

Folha - É verdade que na banda chilena do Señor Coconut ninguém é chileno, a começar por você?
Coconut -
Sim. No palco somos em oito músicos. O cantor, Argenis Brito, é venezuelano, mas nos conhecemos no Chile e ele se mudou para Berlim no ano passado. Tem quatro dinamarqueses (sax, percussão, marimba e baixo), um tocador de trompete de Londres e o sujeito do vibrafone é alemão.

Folha - Como a música latina entrou na sua vida?
Coconut -
Na verdade, eu me apaixonei pela música latina em 93, quando morei seis meses na Costa Rica. Antes disso eu nem gostava tanto de som latino porque na Alemanha, basicamente, som latino era o estereótipo desses caras hippies, viajantes do mundo com mochilas nas costas. Odiava esses tipos.

Folha - Alguém do Kraftwerk entrou em contato para falar do chachachá de "El Baile Alemán"?
Coconut -
O Florian Schneider [fundador do Kraftwerk] me disse que tinha gostado do disco.

Folha - E os shows no Brasil?
Coconut -
Os dois discos são a base dos shows. O novo, "Fiesta Songs", é orientado para um público maior, mainstream. Contém alguns clássicos, como "Riders on the Storm" [Doors], "Smooth Operator" [Sade] e "Beat It" [Michael Jackson], duas covers de músicas minhas, uma canção nova e uma versão da latina "Negro Mi Cha-Cha-Chá". São oito sujeitos no palco. Eu fico no laptop, dando a estrutura básica para as canções. Mas elas devem soar um pouco diferente porque ao vivo costumamos improvisar mais.
 

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