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25/08/2003
-
03h59
da Folha de S.Paulo, no Rio
O grito "ação!" que deu início às gravações do filme "Olga", há duas semanas, em uma casa no bairro de Santa Tereza, no Rio, foi o primeiro que boa parte da equipe de filmagem do longa ouviu num set de cinema --incluindo o autor do grito, o diretor Jayme Monjardim.
À frente de seu primeiro filme, o diretor de núcleo da TV Globo, responsável por produções como "O Clone", levou para o cinema a equipe que costuma trabalhar com ele nas novelas que dirige na emissora. Muitos desses são recém-saídos da minissérie "A Casa das Sete Mulheres", como a atriz Camila Morgado, revelada por Monjardim na produção e que agora estréia no cinema vivendo o papel-título do filme.
A própria roteirista, Rita Buzzar, conheceu o diretor em um trabalho para a TV, ao escrever "A História de Ana Raio e Zé Trovão", novela da extinta TV Manchete dirigida por Monjardim.
Com tanta gente de televisão, o diretor acha inevitável que "Olga" tenha uma certa cara de novela.
"Eu não queria abrir mão do meu estilo só porque é cinema. Demora muito tempo para se criar um carimbo profissional", diz o diretor.
"Olga" conta a vida de Olga Benário (1908-1942), revolucionária judia nascida na Alemanha, mulher do líder comunista Luís Carlos Prestes, que veio ao Brasil participar da Intentona Comunista e foi entregue a Hitler pelo governo Getúlio Vargas.
Acostumado a gravar capítulos das novelas que dirige em cenários no exterior --"O Clone" teve cenas em Marrocos, por exemplo-- Monjardim desta vez terá de recriar cidades como Moscou e Berlim das décadas de 20 e 30 no próprio Rio. O orçamento do filme, R$ 12 milhões, não permitirá viagens. O campo de concentração onde Olga terminará seus dias será recriado provavelmente em uma fábrica de Bangu.
"Vamos utillizar angulações que não permitirão às pessoas saberem que é o Rio que está sendo mostrado", diz a diretora de arte, Tiza de Oliveira, outra debutante no cinema.
O filme usará cenas de dois documentários, "Um Dia em Berlim" e "Um Homem e Sua Câmera", que mostram respectivamente imagens de Berlim e Moscou na época em que se passa "Olga".
Os diálogos, inclusive o da protagonista com seus pais, alemães, serão em português, e Morgado falará sem sotaque. "Vou fazer como os americanos. Não podemos ter medo de assumir nossa língua", diz Monjardim.
Para fazer o roteiro, Buzzar teve acesso, na Alemanha, a arquivos da Gestapo (polícia nazista alemã) que não estavam abertos ao público na época em que Fernando Morais escreveu a biografia de Olga, que inspirou o filme. Produzido pela Nexus Cinema e Vídeo e pela Globo Filmes, "Olga" tem estréia prevista para 2004.
"Olga" de Jayme Monjardim terá ritmo de novela
CLÁUDIA CROITORda Folha de S.Paulo, no Rio
O grito "ação!" que deu início às gravações do filme "Olga", há duas semanas, em uma casa no bairro de Santa Tereza, no Rio, foi o primeiro que boa parte da equipe de filmagem do longa ouviu num set de cinema --incluindo o autor do grito, o diretor Jayme Monjardim.
À frente de seu primeiro filme, o diretor de núcleo da TV Globo, responsável por produções como "O Clone", levou para o cinema a equipe que costuma trabalhar com ele nas novelas que dirige na emissora. Muitos desses são recém-saídos da minissérie "A Casa das Sete Mulheres", como a atriz Camila Morgado, revelada por Monjardim na produção e que agora estréia no cinema vivendo o papel-título do filme.
A própria roteirista, Rita Buzzar, conheceu o diretor em um trabalho para a TV, ao escrever "A História de Ana Raio e Zé Trovão", novela da extinta TV Manchete dirigida por Monjardim.
Com tanta gente de televisão, o diretor acha inevitável que "Olga" tenha uma certa cara de novela.
"Eu não queria abrir mão do meu estilo só porque é cinema. Demora muito tempo para se criar um carimbo profissional", diz o diretor.
"Olga" conta a vida de Olga Benário (1908-1942), revolucionária judia nascida na Alemanha, mulher do líder comunista Luís Carlos Prestes, que veio ao Brasil participar da Intentona Comunista e foi entregue a Hitler pelo governo Getúlio Vargas.
Acostumado a gravar capítulos das novelas que dirige em cenários no exterior --"O Clone" teve cenas em Marrocos, por exemplo-- Monjardim desta vez terá de recriar cidades como Moscou e Berlim das décadas de 20 e 30 no próprio Rio. O orçamento do filme, R$ 12 milhões, não permitirá viagens. O campo de concentração onde Olga terminará seus dias será recriado provavelmente em uma fábrica de Bangu.
"Vamos utillizar angulações que não permitirão às pessoas saberem que é o Rio que está sendo mostrado", diz a diretora de arte, Tiza de Oliveira, outra debutante no cinema.
O filme usará cenas de dois documentários, "Um Dia em Berlim" e "Um Homem e Sua Câmera", que mostram respectivamente imagens de Berlim e Moscou na época em que se passa "Olga".
Os diálogos, inclusive o da protagonista com seus pais, alemães, serão em português, e Morgado falará sem sotaque. "Vou fazer como os americanos. Não podemos ter medo de assumir nossa língua", diz Monjardim.
Para fazer o roteiro, Buzzar teve acesso, na Alemanha, a arquivos da Gestapo (polícia nazista alemã) que não estavam abertos ao público na época em que Fernando Morais escreveu a biografia de Olga, que inspirou o filme. Produzido pela Nexus Cinema e Vídeo e pela Globo Filmes, "Olga" tem estréia prevista para 2004.
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