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28/08/2003 - 03h10

14º Festival de Curtas de São Paulo começa com foco no terror

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IVAN FINOTTI
da Folha de S.Paulo

"Este programa contém cenas fortes e de extrema violência. Proibido para menores e desaconselhável para pessoas sensíveis." O aviso estará na porta de alguns cinemas da cidade a partir de amanhã, quando abre para o público o 14º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo.

Desta vez com o foco voltado para o cinema de terror nacional e estrangeiro, o festival traz 57 curtas do gênero, realizados em dez países. Mas não se limita a isso: outros 325 curtas de 42 países serão exibidos em 11 endereços de São Paulo até o dia 6 de setembro. Tudo com entrada grátis. Ainda haverá extensões no Rio, em Recife, Santos e Porto Alegre.

Para Zita Carvalhosa, presidente da Associação Cultural Kinoforum, que organiza o festival, "o terror é um gênero com um fã-clube enorme e estamos exibindo filmes que vão desde o "terrir" até o tipo mais violento. Por isso, providenciamos placas para avisar as pessoas em algumas sessões".

Terror mesmo

Carvalhosa se refere especificamente a duas sessões, uma nacional, "Brasil Gore", e uma estrangeira, "Mondo Hardcore". Ambas já passam amanhã.

A sessão "Brasil Gore" traz seis filmes pesados, como o arrepiante "Juvenília", de Paulo Sacramento, no qual jovens se divertem matando um cachorro, e o premiado "Amor Só de Mãe", de Dennison Ramalho, cuja história se baseia na música "Coração Materno", de Vicente Celestino: o filho arranca o coração da mãe para presentear a amada.

Ramalho, aliás, é o curador das dez sessões de terror do festival. Ele explica o que se pode esperar de "Brasil Gore": "Exposição de recheios humanos". E diz o que ele próprio espera: "Mais debate do que escândalos. É por isso que colocamos avisos nessas sessões".

A sessão internacional "Mondo Hardcore" é ainda pior. São três filmes entre 23 e 30 minutos com o que de mais abjeto está sendo produzido no mundo. "São filmes que mostram autópsias, necrofilia, tortura. E que estão ganhando vários prêmios em festivais de cinema fantástico e de terror", avisa Ramalho.

Terror clássico

Para quem não está disposto a experiências tão fortes, há diversas outras alternativas no festival. A sessão "Brasil Matinée", por exemplo, é voltado para o público adolescente. Tem desenhos ("A Lasanha Assassina", de Ale Mc Haddo), animações de massinha ("Frankestein Punk", de Cao Hamburger e Eliana Fonseca) e lendas colegiais ("A Loira Fantasma", de Fernanda Morini).

O Festival de Curtas de São Paulo inova em outro ponto: pela primeira vez em seus 14 anos é parceiro de um cineasta na produção de um filme. O curta "Fim", de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, teve sua finalização bancada pelo festival e seus parceiros.

"Para mim, ao falar de terror no Brasil, penso em Mojica. E havia esse filme na lata desde 1986, esperando para ser finalizado...", conta Carvalhosa. Mojica declarou estar emocionado com a oportunidade. "Sinto-me realizado com esse reconhecimento e essa ajuda. A linguagem do filme é a minha de sempre", diz o cineasta. O curta está no programa "Brasil Macabro".

Dois outros filmes são destaque na programação de terror do festival. O primeiro é "Frankenstein de Thomas Edison", produzido em 1910 pelos estúdios do superinventor (lâmpada, fonógrafo) Thomas Alva Edison (1847-1931) . O curta é considerado o primeiro filme de terror da história e foi dado como perdido por 90 anos. Há três anos, a organização American Film Institute publicou uma lista com as dez maiores relíquias cinematográficas perdidas. Ao ver a lista, um colecionador norte-americano informou possuir uma cópia. E o Brasil vai ver, na sessão "Mondo Thriller", a segunda exibição mundial da cópia.

O outro clássico curioso é "A História de Fantasmas de Orson Welles", no programa "Mondo Macabro 2". Welles é ator nessa história folclórica irlandesa rodada em 1951, durante as filmagens de seu "Othello".

Sem terror

Como nas edições anteriores do evento, o festival de curtas exibe ainda um grande apanhado, independentemente do gênero de terror, da produção nacional e internacional do último ano.

As divertidas novas aventuras de Wallace & Gromit, de Nick Park ("A Fuga das Galinhas"), estão na sessão da produtora Aardman (amanhã, às 21h, MIS; sábado, às 15h, CCBB; domingo, às 15h e 19h, CCBB). E há sessão especial com cinco curtas de Jacques Tati (amanhã, às 21h, Cinesesc).

Traz ainda o trabalho de cineastas famosos como John Woo, Tony Scott e Ang Lee dirigindo curtas para a BMW, no programa "A Marca do Curta" (sábado, às 20h, no MIS).

Entre a produção nacional, destaca-se a estréia de Kiko Mollica na direção com "Seu Pai Já Disse que Isso Não É Brinquedo", uma história de amor contada sob o ponto de vista das câmeras de vigilância e de internet que tomaram a cidade. O curioso curta está na sessão "Panorama Brasil 7" (sábado, às 17h, Cinesesc).

O festival não tem caráter competitivo, mas o público poderá escolher seus favoritos entre os selecionados para a Mostra Internacional, Mostra Latino-Americana e Panorama Brasil.

14º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS-METRAGENS DE SÃO PAULO
Quando:
de amanhã a 6/9. Abertura: hoje, às 21h, para convidados, no Cinesesc (r. Augusta, 2.075, SP, tel. 0/xx/11/3082-0213)
Onde: Cinesesc e mais dez endereços
Informações e programação: www.kinoforum.org
Quanto: entrada franca, com retirada de senha uma hora antes das sessões
Patrocinador: Petrobras

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