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08/09/2003 - 09h55

M.Knox-Music propõe um levante niilista-emo-rocker

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RICARDO TIBIU
free-lance para a Folha de S.Paulo

Depois de uma turnê pela Europa, em meados de 2001, o mundo perdia o furacão estonteante At the Drive-In. Do racha que o grupo sofreu derivaram o emocional Sparta e o tormento explosivo e psicodélico The Mars Volta. As duas novas dádivas musicais já influenciam artistas ao redor do planeta; no Brasil, não seria diferente.

Em São Paulo, com o fim do Out of Season, em março de 2002, nasceu a espevitada M.Knox-Music, que tem, em sua formação, Eduardo Catito (voz), 23, Rafael Tosi (baixo), 22, Paulo "Snoopy" (bateria), 24, e, nas guitarras, Bruno Girardello, 20, e Júnior (ex-Dance of Days), 26.

No começo do ano, lançaram, pela Bridge Recs, seu primeiro registro, "Music and Confrontation in Such an Ugly Time". O nome da banda faz referência ao casal Mickey e Mallory Knox, os personagens de Woody Harrelson e Juliette Lewis em "Assassinos por Natureza", filme de Oliver Stone.

"Vemos os protagonistas como iconoclastas. A manifestação da insanidade do par expõe as chagas da nossa sociedade", explica Catito.

Quando parte para a definição de seu estilo, o grupo parece não se importar com o rótulo "emo", tão em voga. "Na primeira vez em que falaram isso de nós, achei engraçado. É estranho por ser um termo vago e permissivo, mas dá publicidade, então, vamos usá-lo", admite Catito.

Mas seria injusto colocá-los nesse nicho repleto de estereótipos. Eles têm conteúdo, e o instrumental carrega um tom semiperfeccionista, de bases consistentes. As melodias vocais são embaladas ora com lirismo, ora com rancor. A niilista "You Also Can Kill", primeiro clipe da banda, em fase de edição, mostra isso. Os temas abordados por Catito em suas letras ganham várias entradas. "Nós criticamos a vida cotidiana, a dita sociedade do espetáculo, tendo por base as teorias de nomes como Raoul Vaneigem, Guy Debord, Theodor Adorno, Karl Marx, Proudhon e outros", filosofa.

O discurso panfletário, porém, não deixa de receber um tratamento poético e até mesmo apaixonado. Como "Universal Idea of Rebellion", que encerra o disco de forma crescente e quase psicotrópica. A letra exalta frases como "sem líderes, deuses e mestres", além de falar sobre "bandeiras negras e vermelhas". "Somos uma banda definitivamente anticapitalista. As bandeiras são uma referência à revolução espanhola, em que o movimento revolucionário teve um de seus grandes momentos", argumenta Catito.

A música "The Shame" enaltece a derrubada do tabu sexual. "Chega de homo e hétero. Esses rótulos agem como limitadores ao nosso prazer. Vamos ser todos sexuais e livres", vocifera Catito.

Se todo levante tivesse como trilha uma canção do At The Drive-In ou uma da M.Knox, o caos seria mais musical e menos doentio.

Contatos: www.mknoxmusic.hpg.com.br

Bridge Recs: Caixa Postal 4.429, São Paulo, SP, CEP 01061-970
 

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