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09/09/2003 - 17h23

Festival de Deauville mostra a outra face do cinema americano

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da France Presse, em Deauville (França)

O 29º Festival de Cinema Americano de Deauville mostrou a outra cara dos Estados Unidos, com a abertura ontem da mostra competitiva, uma ocasião para descobrir temas que poucas vezes atraem o interesse da fábrica de sonhos hollywoodiana.

"What Alice Found", de A. Dean Bell, e "Thirteen", de Catherine Hardwicke, são os dois primeiros longa-metragens submetidos à apreciação do júri presidido por Roman Polanski.

Em "What Alice Found", Alice (a estreante Emily Grace), jovem de 18 anos criada pela mãe solteira, abandona a casa em New Hampshire e parte em seu carro para Miami, onde mora uma amiga. Mas o carro quebra a poucos quilômetros e a moça é socorrida por um casal de bons samaritanos: Sandra (Judith Ivey) e Bill (Bill Raymond).

A bordo do confortável microônibus do casal, Alice vai entendendo, pouco a pouco, com quem está convivendo.

Sandra se prostitui no microônibus, oferecendo-se aos motoristas que passam na estrada. Esta mãe substituta, ex-stripper, causa um misto de fascinação e medo na adolescente, que sofrerá muitas transformações com as novas experiências. Ao fim de uma jornada inicial pouco convencional, Alice passa da infância à idade adulta e encontra a liberdade.

"Thirteen" se refere à idade de Tracy (Evan Rachel Wood), adolescente californiana que espera apenas uma coisa: ser "grande". Ela também é criada sozinha pela mãe, Mel (Holly Hunter), que mais parece sua irmã mais velha. Tracy é fascinada por Evie, jovem rebelde e "vamp" do colégio, mais velha que ela, "a" mulher a seus olhos.

Primeiro filme de Catherine Hardwicke, cinegrafista de renome que trabalhou com Costa-Gavras, entre outros, "Thirteen" se baseia na vida de uma de suas jovens intérpretes, Nikki Reed (Evie), co-autora do roteiro junto com a diretora.

Na verdade, Catherine Hardwicke conheceu Nikki através do pai da menina, de quem foi namorada.

Na época, Nikki tinha 13 anos (hoje está com 15) e confidenciou à cineasta o que estava passando naquele momento da vida em que as meninas não são totalmente meninas, mas ainda não são verdadeiramente mulheres. Seu filme pode, de certa forma, evocar o trabalho de Larry Clark ("Bully" e "Ken Park"), em sua negativa de idealizar o mundo na adolescência. Trata-se, na verdade, de um retrato sem concessões de uma faixa da sociedade em que os filhos estão entregues a si mesmos e seu imaginário se alimenta de imagens, publicidade e consumismo.
 

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