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12/09/2003
-
08h10
da Folha de S.Paulo
Há um fantasma colado à imagem da atriz francesa Audrey Tautou, 25, e ela sabe disso.
Exemplo: Tautou chega a um hotel de Paris, para a entrevista com um grupo de jornalistas latino-americanos que pretendem falar sobre seu papel (o principal) no longa "Bem me Quer... Mal me Quer", de Laetitia Colombani. O filme estréia hoje no Brasil.
Logo após o cordial "bom dia", ela pergunta, sorrindo: "Vocês têm algum desejo?". É uma referência à heroína transformadora de vidas Amélie Poulain, que desempenhou no mais bem-sucedido filme de Jean-Pierre Jeunet, "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", 14ª maior bilheteria do cinema francês em todos os tempos (US$ 44,8 milhões).
Como Tautou parecia prever, a conversa rapidamente tombou da Angélique de "Bem me Quer... Mal me Quer" para Amélie. Acompanhe.
Pergunta - Seu papel em "Bem me Quer... Mal me Quer" é uma tentativa de apagar Amélie?
Audrey Tautou - Não. Procurar fazer um personagem oposto a Amélie seria uma tentativa de provar minha capacidade como atriz. Não busquei isso. Mesmo o personagem [Angélique] sendo um pouco louco, não tomei o partido de interpretá-lo assim. Ao contrário. Tentei preservar o que estava no roteiro. O que me atraiu foi a chance de brincar com a imagem que as pessoas fazem de mim, alguém angelical e ingênua.
Pergunta - Há uma armadilha num sucesso como "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain"? Você se sente identificada demais com um único personagem?
Tautou - Acho que, para muita gente, serei Amélie por toda a minha vida. Não será o fato de estar num filme como "Bem me Quer... Mal me Quer" ou em qualquer outro que mudará isso.
Há muitas pessoas que não são cinéfilas o suficiente para distinguir a atriz da personagem. Mas essa é minha profissão. Não vejo nenhum risco em participar de um filme que as pessoas adorem, que leve um pouco de alegria para as suas vidas e que seja sucesso.
Pergunta - Você sente pressão da indústria para fazer sempre o mesmo papel?
Tautou - De jeito nenhum. Amélie, para mim, está tão relacionada ao universo de Jean-Pierre Jeunet que, se alguém me propusesse interpretar uma garota imaginativa, que ajuda as pessoas e com isso muda suas vidas, não acho que seria semelhante a Amélie.
Nunca me arrependi de ter feito esse filme, mesmo se do ponto de vista da vida privada tenham acontecido coisas muito desagradáveis. No trabalho, só ajudou.
Pergunta - A que tipo de coisas desagradáveis você se refere?
Tautou - De um dia para o outro, passei a ser observada por todas as pessoas em volta de mim, na rua, no metrô, nos restaurantes. É extremamente esquisito ser olhada o tempo todo.
É muito duro também receber todo o tipo de solicitações, desde ir a inaugurações até escrever uma carta ao Papa, para pedir que alguém seja canonizado.
Pergunta - Que critério usa para aceitar uma proposta de trabalho?
Tautou - Hoje, o que mais conta para mim quando vou avaliar um projeto é o nome do diretor. Eu me dei conta de que é realmente agradável trabalhar com pessoas talentosas. Portanto, mais do que o papel em si, considero a aventura como um todo, a experiência que terei, as descobertas que poderei fazer.
"Serei Amélie por toda a vida", afirma Audrey Tautou
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Há um fantasma colado à imagem da atriz francesa Audrey Tautou, 25, e ela sabe disso.
Exemplo: Tautou chega a um hotel de Paris, para a entrevista com um grupo de jornalistas latino-americanos que pretendem falar sobre seu papel (o principal) no longa "Bem me Quer... Mal me Quer", de Laetitia Colombani. O filme estréia hoje no Brasil.
Logo após o cordial "bom dia", ela pergunta, sorrindo: "Vocês têm algum desejo?". É uma referência à heroína transformadora de vidas Amélie Poulain, que desempenhou no mais bem-sucedido filme de Jean-Pierre Jeunet, "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", 14ª maior bilheteria do cinema francês em todos os tempos (US$ 44,8 milhões).
Como Tautou parecia prever, a conversa rapidamente tombou da Angélique de "Bem me Quer... Mal me Quer" para Amélie. Acompanhe.
Pergunta - Seu papel em "Bem me Quer... Mal me Quer" é uma tentativa de apagar Amélie?
Audrey Tautou - Não. Procurar fazer um personagem oposto a Amélie seria uma tentativa de provar minha capacidade como atriz. Não busquei isso. Mesmo o personagem [Angélique] sendo um pouco louco, não tomei o partido de interpretá-lo assim. Ao contrário. Tentei preservar o que estava no roteiro. O que me atraiu foi a chance de brincar com a imagem que as pessoas fazem de mim, alguém angelical e ingênua.
Pergunta - Há uma armadilha num sucesso como "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain"? Você se sente identificada demais com um único personagem?
Tautou - Acho que, para muita gente, serei Amélie por toda a minha vida. Não será o fato de estar num filme como "Bem me Quer... Mal me Quer" ou em qualquer outro que mudará isso.
Há muitas pessoas que não são cinéfilas o suficiente para distinguir a atriz da personagem. Mas essa é minha profissão. Não vejo nenhum risco em participar de um filme que as pessoas adorem, que leve um pouco de alegria para as suas vidas e que seja sucesso.
Pergunta - Você sente pressão da indústria para fazer sempre o mesmo papel?
Tautou - De jeito nenhum. Amélie, para mim, está tão relacionada ao universo de Jean-Pierre Jeunet que, se alguém me propusesse interpretar uma garota imaginativa, que ajuda as pessoas e com isso muda suas vidas, não acho que seria semelhante a Amélie.
Nunca me arrependi de ter feito esse filme, mesmo se do ponto de vista da vida privada tenham acontecido coisas muito desagradáveis. No trabalho, só ajudou.
Pergunta - A que tipo de coisas desagradáveis você se refere?
Tautou - De um dia para o outro, passei a ser observada por todas as pessoas em volta de mim, na rua, no metrô, nos restaurantes. É extremamente esquisito ser olhada o tempo todo.
É muito duro também receber todo o tipo de solicitações, desde ir a inaugurações até escrever uma carta ao Papa, para pedir que alguém seja canonizado.
Pergunta - Que critério usa para aceitar uma proposta de trabalho?
Tautou - Hoje, o que mais conta para mim quando vou avaliar um projeto é o nome do diretor. Eu me dei conta de que é realmente agradável trabalhar com pessoas talentosas. Portanto, mais do que o papel em si, considero a aventura como um todo, a experiência que terei, as descobertas que poderei fazer.
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