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20/09/2003
-
11h20
KATIA CALSAVARA
da Folha de S.Paulo
Um discurso em movimento sobre a crueldade do desejo. A trágica história de amor do casal Tristão e Isolda, da ópera de Richard Wagner (1813-1883), foi a inspiração para o duo que o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo, 48, apresenta hoje e amanhã em parceria com a emblemática bailarina brasileira Marcia Haydée, 66.
Estreado na Alemanha em 1999, o pas-de-deux "Tristão e Isolda" circulou por toda a Europa, onde foi sucesso de crítica e público, e chega ao Brasil pela primeira vez. Em entrevista à Folha, Haydée, a veterana brasileira que se consagrou como nome internacional da dança, diz que essa sua parceria com Ivo costuma deixar os espectadores intimidados. "Muita gente sai da platéia chorando. O amor é um tema universal, que mexe com as pessoas. A coreografia é capaz de despertar os mais íntimos sentimentos", diz.
Empolgado ao falar sobre relacionamentos, o partner Ivo, radicado na Alemanha desde 1985, justifica os momentos de silêncio usados na coreografia, alternados com músicas de Wagner e Franz Liszt (1811-1886), como aquelas corriqueiras pausas que surgem durante as conversas de casais. "Há momentos em que as palavras não cabem mais", diz.
E continua: "É preciso abrir a porta da possibilidade do amor. Se der certo ou não, se a pessoa é ou não ideal, não importa. Esse sentimento não pode se estabelecer com contratos e garantias, está acima de tudo", diz.
Ivo se baseou no motivo da ópera de Wagner para compor os personagens, dirigidos pelo brasileiro Márcio Aurélio. "É uma história de amor atual. Por acaso eles se chamam Tristão e Isolda, mas poderiam ser também João e Maria", explica o bailarino.
No libreto original, Tristão é o encarregado de conduzir a princesa Isolda até o local em que ela deve se casar, obrigada. Com a ajuda de uma empregada, ela decide envenená-lo com uma poção. Tristão acaba bebendo uma poção do amor. Apaixonados, os dois chegam ao reino e morrem sem poder concretizar a paixão, impedidos moral e socialmente.
A montagem de Ismael Ivo, que também utiliza algumas falas, trabalha dento de um conceito minimalista da ópera. "Há um fragmento musical de Wagner que é repetido quatro vezes. Primeiro só com piano, depois com um quarteto de cordas, em terceiro uma orquestra e na última versão com os cantores. Procurei fazer uma redução para atingir a síntese com mais força", fala Ivo.
TRISTÃO E ISOLDA - Espetáculo de dança com Ismael Ivo e Marcia Haydée
Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 19h
Onde: teatro Sesc Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 3256-2281)
Quanto: de R$ 10 a R$ 20 (Hoje, às 14h, o Instituto Goethe e o Sesc promovem encontro com os bailarinos; r. Lisboa, 974, tel. 3088-4288)
Ismael Ivo sintetiza tragédia de "Tristão"
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da Folha de S.Paulo
Um discurso em movimento sobre a crueldade do desejo. A trágica história de amor do casal Tristão e Isolda, da ópera de Richard Wagner (1813-1883), foi a inspiração para o duo que o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo, 48, apresenta hoje e amanhã em parceria com a emblemática bailarina brasileira Marcia Haydée, 66.
Estreado na Alemanha em 1999, o pas-de-deux "Tristão e Isolda" circulou por toda a Europa, onde foi sucesso de crítica e público, e chega ao Brasil pela primeira vez. Em entrevista à Folha, Haydée, a veterana brasileira que se consagrou como nome internacional da dança, diz que essa sua parceria com Ivo costuma deixar os espectadores intimidados. "Muita gente sai da platéia chorando. O amor é um tema universal, que mexe com as pessoas. A coreografia é capaz de despertar os mais íntimos sentimentos", diz.
Empolgado ao falar sobre relacionamentos, o partner Ivo, radicado na Alemanha desde 1985, justifica os momentos de silêncio usados na coreografia, alternados com músicas de Wagner e Franz Liszt (1811-1886), como aquelas corriqueiras pausas que surgem durante as conversas de casais. "Há momentos em que as palavras não cabem mais", diz.
E continua: "É preciso abrir a porta da possibilidade do amor. Se der certo ou não, se a pessoa é ou não ideal, não importa. Esse sentimento não pode se estabelecer com contratos e garantias, está acima de tudo", diz.
Ivo se baseou no motivo da ópera de Wagner para compor os personagens, dirigidos pelo brasileiro Márcio Aurélio. "É uma história de amor atual. Por acaso eles se chamam Tristão e Isolda, mas poderiam ser também João e Maria", explica o bailarino.
No libreto original, Tristão é o encarregado de conduzir a princesa Isolda até o local em que ela deve se casar, obrigada. Com a ajuda de uma empregada, ela decide envenená-lo com uma poção. Tristão acaba bebendo uma poção do amor. Apaixonados, os dois chegam ao reino e morrem sem poder concretizar a paixão, impedidos moral e socialmente.
A montagem de Ismael Ivo, que também utiliza algumas falas, trabalha dento de um conceito minimalista da ópera. "Há um fragmento musical de Wagner que é repetido quatro vezes. Primeiro só com piano, depois com um quarteto de cordas, em terceiro uma orquestra e na última versão com os cantores. Procurei fazer uma redução para atingir a síntese com mais força", fala Ivo.
TRISTÃO E ISOLDA - Espetáculo de dança com Ismael Ivo e Marcia Haydée
Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 19h
Onde: teatro Sesc Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 3256-2281)
Quanto: de R$ 10 a R$ 20 (Hoje, às 14h, o Instituto Goethe e o Sesc promovem encontro com os bailarinos; r. Lisboa, 974, tel. 3088-4288)
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