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18/08/2000 - 21h50

Festival volta sem consciência política, mas com músicas de cunho social

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JÚLIA ZILLIG
especial para a Folha Online

Nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Edu Lobo, Geraldo Vandré e Milton Nascimento foram descobertos de forma muito semelhante.

Nos palcos dos saudosos festivais, nas décadas de 60 e 70, puderam mostrar seu talento, conquistaram lugar de importância no mundo da música e hoje são referenciais da música popular brasileira. Tudo isso em um momento em que a censura e o poder político eram verdadeiros fiscalizadores, impedindo qualquer tipo de manifestação que fizesse questionamentos sobre o sistema vigente naquela época.

Para relembrar esses grandes encontros e continuar a busca por novos nomes da música, a Rede Globo promove o Festival da Música Brasileira, cuja fase eliminatória começou no sábado, dia 19, no Credicard Hall, em São Paulo.

O Festival será dividido em quatro etapas, realizadas nos sábados 19 e 26 de agosto e 02 e 09 de setembro, cada uma com 12 músicas concorrentes, das quais três irão disputar a finalíssima, no dia 16 de setembro. Para esta apresentação, cada concorrente terá direito à um cenário diferenciado.

Roberto Talma, diretor artístico do evento, disse que o formato deste festival pretende seguir os anteriores, modificando somente as tendências musicais. "Quero manter a mesma linha dos antigos festivais, apenas mudando os estilos, que atualmente são um pouco diferentes dos anteriores. Além disso, mostrar um pouco de música para a geração que não acompanhou os festivais", disse.

Segundo Talma, realizar um evento com esta estrutura permite uma considerável audiência popular, cujo percentual poderá chegar a 50%. Para isso, Talma pretende montar um esquema de votação popular via linhas 0800. Ele confessa que tem medo que as pessoas que não têm acesso à Internet fiquem frustradas por não participarem maciçamente na escolha das músicas.

Solano Ribeiro, que comandou os antigos festivais da TV Record e hoje é também coordenador do concurso global, disse que está reaprendendo a organizar um evento como este e acredita que o contexto histórico-social do país influi para que este Festival tenha um outro enfoque.

"É muito importante estar realizando um evento como este, pois estou aprendendo de novo a fazer um festival. O momento histórico em que vivemos nas décadas de 60 e 70 tinha uma situação política muito conturbada, com a repressão e a pressão da censura. A situação atual não é das melhores, mas o direcionamento de grande parte das letras das músicas é de cunho social, fazendo uma crônica do dia-a-dia da população e abordando assuntos como violência nas ruas, camelôs e pobreza", afirmou Ribeiro.

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