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28/09/2003
-
05h14
IRINEU FRANCO PERPETUO
free-lance para a Folha de S.Paulo
Esta é a semana de ouvir as divas da ópera dos anos 80. Depois de Barbara Hendricks, 54, chega por aqui a soprano neozelandesa de ascendência maori Kiri Te Kanawa, que se apresenta com a Orquestra Filarmônica de Mulheres, sob a batuta da paulista Cláudia Feres, dentro do projeto Avon Women in Concert.
"Sejamos práticos: em março, farei 60 anos de idade", respondeu a cantora, que recebeu o título de "dame commander" ("dama", equivalente ao de cavaleiro) do Império Britânico em 1982, ao ser indagada na semana passada sobre suas atividades operísticas cada vez mais raras, com relação a concertos com orquestra e recitais com piano, mas que incluíram, em 2002, uma elogiada aparição no papel-título da ópera "Vanessa", do compositor norte-americano Samuel Barber (1910-1981), na Ópera de Washington.
"Sempre me mantive afastada desse tipo de repertório, mas foi a primeira vez em que gostei de cantar música moderna", afirma. "Além disso, o papel de uma velha senhora me assenta bem."
Mozart e Richard Strauss foram os que moldaram a reputação de "dame" Kiri como mestra no refinamento do fraseado, no controle da emissão e na elegância em cena, embora sua voz de soprano lírico nunca tenha sido propriamente rica em harmônicos.
"São compositores que estão comigo desde o começo, e houve uma época em que praticamente não me deixavam cantar outra coisa", conta a soprano. "Fui começar com eles por causa do desafio, mas é muito mais fácil aprender Verdi e Puccini."
Talvez por isso ela não vá cantar hoje nem Mozart, nem Strauss, mas dois números de Puccini ("O Mio Babbino Caro" e "O Soave Fanciulla") e outros dois de seus contemporâneos Cilea ("Io Son l'Umile Ancella") e Charpentier ("Depuis le Jour"), além de quatro números de musicais norte-americanos. "Escolhi as canções que gosto de cantar, e ninguém rejeitou. Busquei um certo equilíbrio na escolha do programa", diz.
Depois de "Vanessa", ela não planeja novos papéis operísticos. "Não estou interessada em aprender novos papéis. E ópera é muito cansativo. É mais fácil me concentrar em concertos e recitais, pois a ópera toma muita energia."
KIRI TE KANAWA E ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MULHERES. Quando: hoje, às 11h. Onde: parque Ibirapuera. Quanto: entrada franca
Dama da ópera leva Puccini ao Ibirapuera
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free-lance para a Folha de S.Paulo
Esta é a semana de ouvir as divas da ópera dos anos 80. Depois de Barbara Hendricks, 54, chega por aqui a soprano neozelandesa de ascendência maori Kiri Te Kanawa, que se apresenta com a Orquestra Filarmônica de Mulheres, sob a batuta da paulista Cláudia Feres, dentro do projeto Avon Women in Concert.
"Sejamos práticos: em março, farei 60 anos de idade", respondeu a cantora, que recebeu o título de "dame commander" ("dama", equivalente ao de cavaleiro) do Império Britânico em 1982, ao ser indagada na semana passada sobre suas atividades operísticas cada vez mais raras, com relação a concertos com orquestra e recitais com piano, mas que incluíram, em 2002, uma elogiada aparição no papel-título da ópera "Vanessa", do compositor norte-americano Samuel Barber (1910-1981), na Ópera de Washington.
"Sempre me mantive afastada desse tipo de repertório, mas foi a primeira vez em que gostei de cantar música moderna", afirma. "Além disso, o papel de uma velha senhora me assenta bem."
Mozart e Richard Strauss foram os que moldaram a reputação de "dame" Kiri como mestra no refinamento do fraseado, no controle da emissão e na elegância em cena, embora sua voz de soprano lírico nunca tenha sido propriamente rica em harmônicos.
"São compositores que estão comigo desde o começo, e houve uma época em que praticamente não me deixavam cantar outra coisa", conta a soprano. "Fui começar com eles por causa do desafio, mas é muito mais fácil aprender Verdi e Puccini."
Talvez por isso ela não vá cantar hoje nem Mozart, nem Strauss, mas dois números de Puccini ("O Mio Babbino Caro" e "O Soave Fanciulla") e outros dois de seus contemporâneos Cilea ("Io Son l'Umile Ancella") e Charpentier ("Depuis le Jour"), além de quatro números de musicais norte-americanos. "Escolhi as canções que gosto de cantar, e ninguém rejeitou. Busquei um certo equilíbrio na escolha do programa", diz.
Depois de "Vanessa", ela não planeja novos papéis operísticos. "Não estou interessada em aprender novos papéis. E ópera é muito cansativo. É mais fácil me concentrar em concertos e recitais, pois a ópera toma muita energia."
KIRI TE KANAWA E ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MULHERES. Quando: hoje, às 11h. Onde: parque Ibirapuera. Quanto: entrada franca
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