Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/10/2003 - 07h34

Café Tacuba é só rock em "Cuatro Caminos"

Publicidade

SHIN OLIVA SUZUKI
da Folha de S.Paulo

O rock venceu. Ao menos por agora. Foi do encontro entre diversas vertentes do pop e de ritmos tradicionais do México que o Café Tacuba foi reconhecido como nome maior do rock latino. Mas isso não intimidou a banda ao decidir que, neste momento, as guitarras é que devem dar a última palavra.

O momento em questão é "Cuatro Caminos", registro de inéditas que traz de volta o quarteto mexicano para o cenário musical após quatro anos transcorridos desde "Réves/Yo Soy". O álbum, duplo e recheado de experimentalismos, chegou a ser agraciado até pela indústria do disco, com um prêmio no Grammy Latino de 2000.

Nada mau para um grupo formado por ex-estudantes de desenho provenientes de Ciudad Satélite (zona metropolitana da capital mexicana), que atingiu o sucesso contrariando expectativas iniciais de sua própria gravadora.

Do início puramente rock no grupo Alicia Ya No Vive Aquí, ao se transmutar em Café Tacuba, Rubén Albarrán, Joselo Rangel, Quique Rangel e Emmanuel del Real abraçaram sons locais em vez de apenas emular o que vinha de fora. Algo aprendido nas aulas da faculdade, que pregavam a necessidade de integrar elementos regionais à criação, lembrando que estavam desenhando para o seu próprio lugar.

O título "Cuatro Caminos" não deixa de estar relacionado às raízes da banda --é a estação de metrô que liga Ciudad Satélite à Cidade do México--, mas se refere, principalmente, aos variados rumos musicais que os quatro integrantes podem ditar quando compõem. Não é incoerente que tenha esse nome quando o Café Tacuba grava seu disco menos mexicano e menos eclético?

"É uma contradição. O Café Tacuba é feito de muitas contradições", explica o vocalista Rubén Albarrán, em entrevista à Folha. "No entanto, uma das coisas mais interessantes dentro da banda é a tentativa de conciliar nos ensaios o que cada um pensa."

Albarrán --ou Elfego Buendía no disco, uma referência ao livro "Cem Anos de Solidão", de García Márquez, e um dos muitos pseudônimos que o cantor adota-- acrescenta que as quatro visões foram multiplicadas por quatro na produção. Ao lado do velho parceiro Gustavo Santaolalla, a banda contou com os produtores Dave Fridmann (Flaming Lips, Mercury Rev), Andrew Weiss (Ween, Rollins Band), além de ter ela própria exercido a função.

"Trabalhar com Andrew e Dave foi muito importante para nós, já que a experiência que temos com Gustavo já existe há muito tempo. Sabemos como vai soar quando entramos no estúdio com ele. Mas isso não aconteceu com Dave e Andrew; foi surpreendente porque nunca havíamos soado dessa forma, o que também acabou influenciando o trabalho de Gustavo. Forçou-o a tentar seguir outras possibilidades", diz.

Estranho Brasil

É preciso forçar um pouco a memória para lembrar que o Café Tacuba já passou pelo Brasil. O quarteto participou do MTV Tordesilhas, festival realizado em 1997 na cidade de Porto Alegre que também reuniu os colombianos do Aterciopelados, a banda argentina Illya Kuryaki e Los Tres, do Chile, e que na época representou uma aposta do canal musical no rock latino.

"Nossas passagens pelo Brasil foram estranhas. Nós tocamos pela primeira vez em um 'showcase', algo só para o pessoal da mídia, nada espontâneo. Depois veio o festival [Tordesilhas], que também teve seu grau de falsidade, já que era algo mais para a TV", recorda Albarrán. "Ainda não tivemos uma experiência real por aí, mas nos encantaria tê-la em algum momento."

CUATRO CAMINOS
Artista:
Café Tacuba
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 28, em média
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página