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05/10/2003 - 08h38

Disco "12 Memories" rasteja do começo ao fim

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THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Agradar às massas é até possível e provável que se consiga, mas o problema aqui é mais embaixo. "12 Memories" não é um mau disco, mas é importante porque define bem o que acontece neste rock atual. O álbum mostra que o Travis é uma banda que ficou para trás.

"12 Memories", de novo, está longe de ser ruim. Tem lá suas baladas assobiáveis, canções bonitinhas. Seria perfeito há uns três ou quatro anos. Mas neste 2003 canções apenas bonitinhas e assobiáveis não são suficientes. O nível agora está mais alto.

"Novo rock", "a vingança das guitarras", batize aqui com o nome que quiser; há muitos e muitos anos não víamos tantas bandas novas surgindo, com som fresco, excitante, vendendo discos e lotando shows. Bandas que geram ansiedade, que te fazem correr para a internet atrás de cada canção nova que aparece.

Música que não necessariamente inova nos elementos, mas que inova no todo; música que aponta novos caminhos. Vê-se isso em Strokes, White Stripes, Interpol, no veterano Radiohead, no electro-rock do Rapture, nas produções dos Neptunes e até nas inocentes baladas do Coldplay.

Vê-se isso até no Brasil, onde: 1) uma rádio rock de São Paulo recentemente tornou-se verdadeiramente rock, deixando de lado as babas insípidas que dominavam o dial para dar lugar a grupos como Flaming Lips e Junior Senior; 2) bandas independentes como Forgotten Boys e Borderlinerz tentam se enquadrar no que acontece no planeta.
Mas não se vê isso no Travis.

Eles já fizeram coisas legais. "Good Feeling" e "The Man Who" são CDs bons, representaram o que acontecia e o que a molecada queria no final dos anos 90.

O que poderia encaixar o Travis com estes novos tempos era justamente o produtor Nigel Godrich. Sem ele, os escoceses aparecem apenas com um disco quadrado, que rasteja do começo ao fim.

"Beautiful Occupation" é simpática; "Re-Offender", o single, segura as pontas, "Walking Down the Hill", com pianos, meio moderna, fecha o disco com dignidade... Mas é difícil ir além disso.

"Peace the Fuck Out", dirigida a Tony Blair, é simplória ("Você tem opções, então escolha/ Você tem um cérebro, então use-o"). "Paperclips", "Somewhere Else", "Love Will Come Through" e "Mid-Life Krysis" serão esquecidas facilmente. Como este disco.

Avaliação:

12 Memories
Artista:
Travis
Lançamento: Sony
Quanto: R$ 30, em média (a partir de 12 de outubro)

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