Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/10/2003 - 05h48

Angela Maria, 75, canta MPB de Cartola a Cazuza

Publicidade

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Folha de S.Paulo

Em atividade musical praticamente ininterrupta desde 1951, a carioca Angela Maria, 75, lança agora "Disco de Ouro", seu primeiro álbum no século 21.

Após o encerramento de contrato com a Sony Music, em 99, Angela estava sem gravadora --até que o também músico Thomas Roth a chamou para gravar por sua independente Lua Discos.

"Gostei da idéia de começar tudo de novo, de voltar aos anos 50, quando eu gravava por uma pequena casa, a Star. A Lua precisava que eu fosse para lá dar uma mão a eles --e eles me deram uma mão também", descreve.

Sentada numa das mesas do Bar Brahma, no centrão de São Paulo, onde cumpre temporada de shows às terças-feiras, Angela justifica sua presença constante, que a difere de outros intérpretes da antiga "época de ouro" da música popular brasileira.

"Estou guerreando, minha vida sempre foi assim. Não sou exceção, é que eu luto, corro atrás. Costumo trabalhar a Angela Maria, não parar no tempo."

Daí nasce o projeto de "Disco de Ouro", em que ela canta baladas de autores como Cartola, Maysa, Johnny Alf, Dolores Duran, Tom Jobim, Roberto e Erasmo, Luiz Melodia, Eduardo Gudin, Gonzaguinha, Djavan, Peninha, Lulu Santos, Cazuza.

"Há muito tempo pensava em fazer um disco da maneira que quisesse, com arranjos modernos", começa a explicar.

Define em que esse projeto difere dos discos que vinha gravando pela Sony: "A única coisa é que nos discos anteriores eu vinha gravando músicas que haviam sido feitas para mim e eu já havia cantado anteriormente".

Não vê um fio de ligação entre as faixas e autores escolhidos. "São músicas de que gosto, que têm melodias bonitas e histórias com começo, meio e fim", diz.

O tom abolerado, de samba-canção, não significa uma opção pela música de fossa, segundo ela --e exemplifica com "Como uma Onda" (83), de Nelson Motta com o então roqueiro Lulu Santos.

"Não gravaria um rock, não é meu gênero. Seria querer subir na árvore de outro macaco. "Como uma Onda" é uma música alegre, que traz uma alegria danada. É fácil, não precisa de grandes interpretações."

Ali está escondida a senha de 52 anos de carreira: "Nunca gravei música difícil. Sempre fui e sou uma cantora popular".
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página