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24/10/2003
-
07h16
THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo
Muitas vezes, parece conversa fiada quando músicos citam a "influência", a "química" que se formou com seus produtores no estúdio. Definitivamente não é o caso deste "Dear Catastrophe Waitress". O Belle & Sebastian versão 2003 não é mais Simon & Garfunkel; o novo Belle & Sebastian é Beach Boys.
Não é brincadeira: esqueça os tediosos e pretensiosos dois últimos discos da banda, "Fold Your Hands Child, You Walk like a Peasant" (2000) e a trilha sonora de "Histórias Proibidas" (2002), de Todd Solondz. Logo na primeira faixa vê-se a diferença, que só pode ter acontecido graças às dicas de Trevor Horn.
A divertida "Step into My Office, Baby" aparece com a bateria em batida alegre, quase "cavalgando". Depois dá uma parada, um interlúdio doce, e recomeça com a história de um cara que sonha em fazer hora extra com uma certa garota especial.
Aí vem a música título, e os vocais de Stuart Murdoch chegam bem à frente, muito menos econômicos do que o de costume.
E tudo parece encaixar perfeitamente; não há nada fora de lugar: a guitarra um pouco mais aguda, as cordas e os violinos aqui e ali têm um sentido de estar onde estão e conseguem deixar as canções redondas, sem arestas.
Até em áreas perigosas, que poderiam descambar para o piegas, a banda leva a coisa tranquilamente. Em "I'm a Cuckoo", Murdoch toca no seu rompimento com Isobel Campbell, sua ex-namorada, que também fazia parte do B&S. "Eu preferia estar em Tóquio/ Preferia estar ouvindo Thin Lizzy", ele canta.
Em seu sexto disco, os escoceses abrem espaço até para ska. Na última música, "Stay Loose", um quase-épico de mais de seis minutos, o Belle & Sebastian não fica muito longe de The Specials. É ótima, agitada e não parece em nada com o que a banda fez em todos esses anos.
"Dear Catastrophe Waitress" é prazeroso, jovial e aponta o B&S para uma curva ascendente. É um disco que acaba bem mais rápido do que deveria.
Avaliação:
Dear Catastrophe Waitress
Artista: Belle & Sebastian
Lançamento: Trama
Quanto: R$ 25, em média
Belle & Sebastian constrói álbum prazeroso e jovial
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da Folha de S.Paulo
Muitas vezes, parece conversa fiada quando músicos citam a "influência", a "química" que se formou com seus produtores no estúdio. Definitivamente não é o caso deste "Dear Catastrophe Waitress". O Belle & Sebastian versão 2003 não é mais Simon & Garfunkel; o novo Belle & Sebastian é Beach Boys.
Não é brincadeira: esqueça os tediosos e pretensiosos dois últimos discos da banda, "Fold Your Hands Child, You Walk like a Peasant" (2000) e a trilha sonora de "Histórias Proibidas" (2002), de Todd Solondz. Logo na primeira faixa vê-se a diferença, que só pode ter acontecido graças às dicas de Trevor Horn.
A divertida "Step into My Office, Baby" aparece com a bateria em batida alegre, quase "cavalgando". Depois dá uma parada, um interlúdio doce, e recomeça com a história de um cara que sonha em fazer hora extra com uma certa garota especial.
Aí vem a música título, e os vocais de Stuart Murdoch chegam bem à frente, muito menos econômicos do que o de costume.
E tudo parece encaixar perfeitamente; não há nada fora de lugar: a guitarra um pouco mais aguda, as cordas e os violinos aqui e ali têm um sentido de estar onde estão e conseguem deixar as canções redondas, sem arestas.
Até em áreas perigosas, que poderiam descambar para o piegas, a banda leva a coisa tranquilamente. Em "I'm a Cuckoo", Murdoch toca no seu rompimento com Isobel Campbell, sua ex-namorada, que também fazia parte do B&S. "Eu preferia estar em Tóquio/ Preferia estar ouvindo Thin Lizzy", ele canta.
Em seu sexto disco, os escoceses abrem espaço até para ska. Na última música, "Stay Loose", um quase-épico de mais de seis minutos, o Belle & Sebastian não fica muito longe de The Specials. É ótima, agitada e não parece em nada com o que a banda fez em todos esses anos.
"Dear Catastrophe Waitress" é prazeroso, jovial e aponta o B&S para uma curva ascendente. É um disco que acaba bem mais rápido do que deveria.
Avaliação:
Dear Catastrophe Waitress
Artista: Belle & Sebastian
Lançamento: Trama
Quanto: R$ 25, em média
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