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26/10/2003 - 09h16

Superprodução da Globo contará história de 32 anos de São Paulo

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DANIEL CASTRO
Colunista da Folha de S.Paulo
CLAUDIA CROITOR
da Folha de S.Paulo, no Rio

Escrita por Maria Adelaide Amaral, 61, e Alcides Nogueira, 53, e em gravação há duas semanas, a minissérie "Um Só Coração" será o maior produto comemorativo dos 450 anos de São Paulo, em janeiro, que mobilizará boa parte das programações de Globo, SBT, Record e Band.

Com 52 capítulos, mais de 70 atores e um orçamento de cerca de R$ 10 milhões, a minissérie, que estréia em 5 de janeiro (uma segunda-feira, em edição dupla com mais de 180 cenas), irá retratar 32 anos da história da cidade.

Começa em 1922, pouco antes da Semana de Arte Moderna, e termina em 1954, nas comemorações do Quarto Centenário, passando por duas revoluções e por uma guerra mundial. Mistura personagens reais e fictícios com fatos históricos. Será, na definição de Alcides Nogueira, um "tapete", que irá costurar a transformação da pacata cidade em metrópole.

A trama central será a de Yolanda Penteado (Ana Paula Arósio) e Ciccillo Matarazzo (Edson Celulari), ambos personagens reais, mecenas dos modernistas. Na história, Yolanda se apaixona pelo estudante de medicina e simpatizante do anarquismo Martim (Erik Marmo). Sua tradicional família o rejeita. Ela se casa com um primo, Fernão (Hérson Capri). Traída, se separa e, depois, passa a viver com o industrial Ciccillo.

De fato, Yolanda teve uma paixão reprimida, mas não foi por Martim. Os autores preferiram criar um personagem fictício para evitar atritos com herdeiros. Pelo mesmo motivo, mudaram o nome do primo com quem se casou.

Assim como Yolanda e Ciccillo, personagens reais dos livros de história irão povoar a minissérie, alguns envolvidos em casos romanceados pelos autores. Estarão em "Um Só Coração" os modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Bopp, entre outros.

"Pela primeira vez vai ser refeita a Semana de Arte Moderna como ela foi montada em 1922. Guiomar Novaes (pianista), Villa-Lobos (maestro), todo mundo vai estar no Teatro Municipal", diz Nogueira. "Sempre se mostrou São Paulo como a locomotiva. Agora a cidade será humanizada. A história cultural de São Paulo nesse período se confunde com a do Brasil. E foram Ciccillo e Yolanda que a colocaram no mapa cultural mundial", completa Maria Adelaide.

Os autores trabalham como adolescentes entusiasmados. Vibram com as idéias que aparecem e com as descobertas de "fuxicos" sobre os modernistas nos livros e revistas que servem de fonte de pesquisa --na última quarta, quando recebeu a reportagem em seu apartamento, Maria Adelaide espalhou 37 deles sobre uma mesa.

A minissérie, conta Maria Adelaide, nasceu em uma tarde de abril, quando um executivo da Globo lhe perguntou se tinha alguma idéia de série sobre São Paulo. Lembrou do material que sobrou da pesquisa para a peça "Tarsila" e propôs "uma trama sobre a história cultural da cidade", em parceria com Nogueira.

"É o trabalho mais difícil da minha vida", diz Maria Adelaide, autora de "A Muralha" e "A Casa das Sete Mulheres". "Para fazer essa tapeçaria histórica é preciso escrever com propriedade", afirma. "Imagina a responsabilidade de contar que a revolução de 1924 foi uma zona?", indaga Nogueira.
 

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