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30/10/2003 - 07h33

Festival começa com "goleada" pop, mas com "cobras" do jazz

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CASSIANO ELEK MACHADO
da Folha de S.Paulo

O placar é de 30 X 9. Herdeiro do falecido Free Jazz, o Tim Festival começa hoje, no Rio de Janeiro, com o pop dando goleada no jazz. Na perspectiva menos Nova Orleans-xiita possível, são 14 atrações com algum parentesco com o gênero de Louis Armstong, dos 39 espetáculos escalados para a primeira edição do evento.

Mas honrando o DNA do festival Free que começou em 1985 e soçobrou em 2001, tendo trazido ao país quase todos os grandes astros do jazz vivos nesse período, o Tim, coordenado pela mesma equipe do Free, enfia pelo menos um quinteto de grandes cobras no ninho do rock.

A estrela-mor do palco jazzístico do festival, batizado de palco Club, se apresenta ainda nesta noite. McCoy Tyner é o nome dele e, para os amantes do gênero, entra em qualquer lugar sem bater na porta. Aos 64 anos, um dos pianistas indiscutivelmente mais importantes das últimas décadas do jazz, ele volta ao país com agrupamento inédito.

Coincidentemente astro do primeiro Free Jazz, onde tocou com um trio, o pianista da Filadélfia vem desta vez com sua big band, que deve contar com a participação da maior estrela do trombone contemporâneo: Steve Turre (leia abaixo).

Tyner, que se consagrou como o principal tecladista parceiro do mito do sax John Coltrane, com quem começou a tocar aos 17 anos, não é dos únicos pesos-pesados do jazz no Tim Festival.

Outro pianista do primeiro time do jazz, há décadas, o melódico Cedar Walton também toca esta noite no Museu de Arte Moderna carioca. E amparado por um quarteto do qual se poderia tirar quatro "cabeças" de espetáculo: Donald Harrison (sax), Curtis Fuller (trombone), Lewis Nash (bateria) e Ray Drummond (baixo).

Amanhã, o destaque é um dos principais trompetistas do cenário pós-anos 80, Terence Blanchard, que, assim como outros marcos do instrumento (de Buddy Bolden a Wynton Marsalis, passando por Armstrong), também cresceu às margens do Mississippi, em Nova Orleans.

O músico, popular pelas parcerias com o cineasta Spike Lee, de quem fez quatro trilhas, divide a noite com o grupo do pianista carioca Luiz Avellar e com o veterano do sax tenor Illinois Jacquet.
Aos 80 anos, o músico que começou nos palcos em 1925, sapateando com o pai, e que foi peça-chave de diversas big-band-chave dos anos 40 e 50, como as de Count Basie e Lionel Hampton, vem com sua própria orquestra.

Diva da última noite, e diva do jazz, Shirley Horn fecha o palco Club do Tim Festival com sua voz divina (e pela primeira vez sem seu competente piano).

Musa de Miles Davis, que a descobriu, a estrela de 69 anos disse à Folha recentemente que vai caprichar nos temas brasileiros. Seus "Tom Jobins" vão enfrentar a concorrência nada fácil do grupo do mítico saxofonista nacional J.T. Meirelles, pai do chamado samba-jazz, que abre a noite de sábado acompanhado de uma nova versão da banda Copa 5.

"Sem menosprezar os outros palcos, o do jazz será o mais consistente deste festival", faz o balanço Zuza Homem de Mello, 70, curador de todos os Free Jazz's e responsável pelo jazz do Tim.
"Ao contrário do que se diz na imprensa, este festival está dando a maior força para o jazz", diz.

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