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03/11/2003 - 09h44

Jazz foi do Tabasco de McCoy Tyner à sabedoria de Cedar Walton

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CASSIANO ELEK MACHADO
da Folha de S.Paulo, Enviado Especial ao Rio

Existia uma velha propaganda dos carros BMW que apregoava algo no estilo "BMW, uma Mercedes Benz com Tabasco". Essa foi a sensação que deixou o grande espetáculo da tenda Club, a apresentação da McCoy Tyner Big Band na quinta.

A apimentada apresentação da orquestra do pianista americano foi a marca mais indelével da vertente jazzística do Tim Festival.

Não foi a única. A primeira edição do evento pôs na mesa pelo menos duas iguarias que levariam as três disputadas estrelas do Guia Michelin. As performances do quinteto "all star" de Cedar Walton, na quinta, e a do sexteto Terence Blanchard, na sexta, também foram dignas do Olimpo.

Foram caminhos diferentes do jazz os sugeridos pelos dois grupos. A aula do pianista foi algo como "O Balanço da Sabedoria".

Walton fez jus ao seu histórico de um dos expoentes do hard bop. Foi desse gênero dos anos 60 que simplificou as melodias e injetou "soul" ao espevitado bebop o acento mais marcante de seu show. A sabedoria não foi só do líder do grupo, dono de fraseados de inteligência cristalina. O veterano Curtis Fuller, com seu trombone de entrelinhas, e o vigoroso baterista Lewis Nash (que também tocou na big band de McCoy Tyner) também demonstraram Q.I. jazzístico acima de 500.

Terence Blanchard também seguiu no diapasão da inteligência, se mostrando mais maduro do que em suas primeiras incursões ao Brasil. Seu trompete mais cool lembrou o Miles Davis do final dos anos 50, com todos os "chiaroscuros", silêncios e explosões que o jazz pode ter.

Em seu azeitado sexteto teve brilho especial o inacreditável Lionel Loueke, do Benin, que transformou a guitarra em algum instrumento desconhecido até então, instrumento de percussão e berimbau e cuíca.

Para os defensores da velha guarda teve grandes méritos a exibição da big band do saxofonista Illinois Jacquet, que fez 81 anos no palco. "Esse é o verdadeiro jazz", sentenciou Jorginho Guinle, que tinha visto o músico há 60 anos.

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