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06/11/2003
-
04h46
JOSÉ GERALDO COUTO
Enviado especial da Folha de S.Paulo ao Rio
Fernando Morais não participou da elaboração do roteiro cinematográfico baseado em seu livro "Olga". "Apenas me comprometi com a Rita [Buzzar], assim como tinha feito com Guilherme Fontes no 'Chatô', a fazer uma leitura da versão final para evitar alguma derrapagem histórica."
Para o autor de "Olga", Rita Buzzar fez uma "adaptação exemplar": "Apesar de algumas fusões de personagens, algo inevitável num filme assim, ela conseguiu o prodígio de dar tratamento dramatúrgico à história sem trair os fatos".
Morais considera natural a opção de Buzzar e Jayme Monjardim de concentrar o filme em Olga Benario, deixando em segundo plano o contexto político e a história de Prestes.
"Ao escrever o livro, achei que, para as pessoas entenderem a paixão dela por ele, era preciso que elas soubessem quem ele era. Ele é o segundo personagem da história, mas um personagem que para mim era importante revelar, porque as pessoas sabem muito pouco dele. No filme, não há necessidade disso."
Antes de se iniciarem as filmagens, Morais ministrou um "workshop" aos principais atores do filme, Camila Morgado, Caco Ciocler e Fernanda Montenegro, "sobre o contexto e a atmosfera da época".
O escritor conversou principalmente com Ciocler. "Como eu convivi com o Prestes, vim dizer como ele era. Coisas do tipo: era um sujeito de sorriso muito tímido, que falava baixo, um sujeito fechadinho, para dentro."
Ao voltar ao set agora, meses depois, Morais se declarou impressionado com a semelhança entre Ciocler e Prestes, sobretudo depois de assistir, no computador, à cena em que o personagem, aos 37 anos, confidencia a Olga que era virgem.
"Essa revelação o Prestes fez pessoalmente a mim, no meio de uma conversa sobre outro assunto. Perguntei a ele: 'O senhor quer dizer que a Olga foi sua primeira esposa?'. Ele disse: 'Não. É isso mesmo que o senhor está pensando: eu nunca tinha estado com uma mulher antes'."
De acordo com Morais, Ciocler está com o mesmo "olho de cachorro em porta de açougue, com a pálpebra caída no canto, que o Prestes tinha desde jovem e que se acentuou com a idade".
"Olga" é o maior best-seller do escritor. Segundo ele, o livro vendeu no Brasil 600 mil exemplares e foi publicado em 21 países.
Além de "Olga" e "Chatô", outro livro de Morais, "Corações Sujos", vai virar filme, sob a direção de Vicente Amorim.
Para escritor, roteiro de "Olga" é "exemplar"
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Enviado especial da Folha de S.Paulo ao Rio
Fernando Morais não participou da elaboração do roteiro cinematográfico baseado em seu livro "Olga". "Apenas me comprometi com a Rita [Buzzar], assim como tinha feito com Guilherme Fontes no 'Chatô', a fazer uma leitura da versão final para evitar alguma derrapagem histórica."
Para o autor de "Olga", Rita Buzzar fez uma "adaptação exemplar": "Apesar de algumas fusões de personagens, algo inevitável num filme assim, ela conseguiu o prodígio de dar tratamento dramatúrgico à história sem trair os fatos".
Morais considera natural a opção de Buzzar e Jayme Monjardim de concentrar o filme em Olga Benario, deixando em segundo plano o contexto político e a história de Prestes.
"Ao escrever o livro, achei que, para as pessoas entenderem a paixão dela por ele, era preciso que elas soubessem quem ele era. Ele é o segundo personagem da história, mas um personagem que para mim era importante revelar, porque as pessoas sabem muito pouco dele. No filme, não há necessidade disso."
Antes de se iniciarem as filmagens, Morais ministrou um "workshop" aos principais atores do filme, Camila Morgado, Caco Ciocler e Fernanda Montenegro, "sobre o contexto e a atmosfera da época".
O escritor conversou principalmente com Ciocler. "Como eu convivi com o Prestes, vim dizer como ele era. Coisas do tipo: era um sujeito de sorriso muito tímido, que falava baixo, um sujeito fechadinho, para dentro."
Ao voltar ao set agora, meses depois, Morais se declarou impressionado com a semelhança entre Ciocler e Prestes, sobretudo depois de assistir, no computador, à cena em que o personagem, aos 37 anos, confidencia a Olga que era virgem.
"Essa revelação o Prestes fez pessoalmente a mim, no meio de uma conversa sobre outro assunto. Perguntei a ele: 'O senhor quer dizer que a Olga foi sua primeira esposa?'. Ele disse: 'Não. É isso mesmo que o senhor está pensando: eu nunca tinha estado com uma mulher antes'."
De acordo com Morais, Ciocler está com o mesmo "olho de cachorro em porta de açougue, com a pálpebra caída no canto, que o Prestes tinha desde jovem e que se acentuou com a idade".
"Olga" é o maior best-seller do escritor. Segundo ele, o livro vendeu no Brasil 600 mil exemplares e foi publicado em 21 países.
Além de "Olga" e "Chatô", outro livro de Morais, "Corações Sujos", vai virar filme, sob a direção de Vicente Amorim.
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