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07/11/2003
-
13h25
RICARDO FELTRIN
Editor da Folha Online
Segue abaixo uma lista com 10 filmes que estão em cartaz que você precisa assistir. A relação começa a partir do melhor filme, do segundo melhor etc. Obviamente trata-se de uma lista subjetiva, já que é feita a partir de opinião pessoal. Mas serve como dica para você decidir o que vai assistir neste fim-de-semana.
*****************************************************
As Invasões Bárbaras - Um filme impecável, que certamente entra para a lista dos melhores da história do cinema, sem exagero algum. Não há muito o que falar sobre essa obra de Denys Arcand. É preciso assisti-la. Mexe profundamente com os sentimentos do público. O filme do ano.
Callas Forever - Aproveitem, leitores, porque tem uma única exibição em pré-estréia, à 0h de domingo, no Frei Caneca Arteplex. Quando esse filme de Franco Zeffirelli começa, ao som de "The Clash", você até duvida que vai assistir a uma história sobre Maria Callas, a maior cantora lírica de todos os tempos. Mas a dúvida dura pouco. Fanny Ardant, no papel da diva, tem uma atuação espetacular. O mesmo vale para Jeremy Irons ("The Mission"). E a montagem de "Carmen" (Bizet) no filme é linda.
Ararat - Assim como em "Callas Forever", este é um filme dentro de um filme. É uma obra reparadora e certamente dolorosa para armênios e incômoda para turcos, que não reconhecem oficialmente até hoje a autoria do genocídio de 1 milhão de armênios (que eram cidadãos turcos) no início do século 20. A atuação do lendário Charles Aznavour como diretor de cinema é um show (convincente) à parte.
Kedma - Evite assistir "Ararat" e "Kedma" no mesmo dia, sob risco de ficar deprimido. Este filme de Amos Gitai é uma obra-prima, mas toca em feridas ainda abertas da questão israelo-palestina. Gitai reconstitui a chegada dos primeiros judeus, dias antes do nascimento do Estado de Israel. Um personagem faz um monólogo-desabafo bastante esclarecedor e emocionante ao final deste filme imperdível.
Pauline na Praia - Não é exagero dizer que Eric Rohmer é o poeta do cinema. E que ninguém mostra os sentimentos humanos tão clara e divertidamente como ele. Neste conto, Pauline é uma adolescente envolvida com adultos com sentimentos mesquinhos e atitudes egoístas (entre eles um "lobo" quase cinquentão). Cabe à garota, em sua própria jovem consciência, aprender alguma coisa a partir dos péssimos exemplos que vê à sua volta. Se o cinema tivesse gosto, este seria um filme doce.
Os Vigaristas - Pode ir correndo porque este filme de Ridley Scott vale o dobro do valor do ingresso se somarmos a impressionante atuação de Nicolas Cage. A história sensacional de trapaceiros com (poucos) problemas de consciência. O final é muito bacana justamente por não ser previsível. Filme na categoria "sensacional".
O Amor Custa Caro - Comédia bem feitinha com a estonteante Catherine Zeta-Jones e com George Clooney, que não decepciona neste papel "engraçadinho". O roteiro abusa de uma sequência de fatos inverossímeis, mas a intenção aqui é só divertir, e não contar a verdade. Então vá em frente.
Amém - Mais um filme que mexe com religiões, racismo e feridas da Segunda Guerra. A possível omissão do papa Pio 12 em pleno andamento do holocausto é tratada como fato consumado pelo diretor Costa-Gavras. Duro mesmo é assistir a um épico como esse, de duas horas e 10 minutos, naquelas poltronas horrorosas e desconfortáveis do Belas Artes. Só está passando lá. Portanto, boa sorte para sua coluna vertebral.
Lisbela e o Prisioneiro - Só para reforçar, se você não viu ainda, não sabe o que está perdendo.
Lágrimas do Sol - Este filme é muito maltratado pela crítica, talvez por ter no papel principal o eterno redentor da humanidade, Bruce Willis. Neste caso é uma injustiça porque o filme é muitíssimo bem feito e tem um roteiro excelente. A violência e a miséria que grassam na África estão no centro do roteiro. Fora a trilha sonora, que é linda.
Veja uma lista de 10 filmes em cartaz que você precisa assistir
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Editor da Folha Online
Segue abaixo uma lista com 10 filmes que estão em cartaz que você precisa assistir. A relação começa a partir do melhor filme, do segundo melhor etc. Obviamente trata-se de uma lista subjetiva, já que é feita a partir de opinião pessoal. Mas serve como dica para você decidir o que vai assistir neste fim-de-semana.
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As Invasões Bárbaras - Um filme impecável, que certamente entra para a lista dos melhores da história do cinema, sem exagero algum. Não há muito o que falar sobre essa obra de Denys Arcand. É preciso assisti-la. Mexe profundamente com os sentimentos do público. O filme do ano.
Callas Forever - Aproveitem, leitores, porque tem uma única exibição em pré-estréia, à 0h de domingo, no Frei Caneca Arteplex. Quando esse filme de Franco Zeffirelli começa, ao som de "The Clash", você até duvida que vai assistir a uma história sobre Maria Callas, a maior cantora lírica de todos os tempos. Mas a dúvida dura pouco. Fanny Ardant, no papel da diva, tem uma atuação espetacular. O mesmo vale para Jeremy Irons ("The Mission"). E a montagem de "Carmen" (Bizet) no filme é linda.
Ararat - Assim como em "Callas Forever", este é um filme dentro de um filme. É uma obra reparadora e certamente dolorosa para armênios e incômoda para turcos, que não reconhecem oficialmente até hoje a autoria do genocídio de 1 milhão de armênios (que eram cidadãos turcos) no início do século 20. A atuação do lendário Charles Aznavour como diretor de cinema é um show (convincente) à parte.
Kedma - Evite assistir "Ararat" e "Kedma" no mesmo dia, sob risco de ficar deprimido. Este filme de Amos Gitai é uma obra-prima, mas toca em feridas ainda abertas da questão israelo-palestina. Gitai reconstitui a chegada dos primeiros judeus, dias antes do nascimento do Estado de Israel. Um personagem faz um monólogo-desabafo bastante esclarecedor e emocionante ao final deste filme imperdível.
Pauline na Praia - Não é exagero dizer que Eric Rohmer é o poeta do cinema. E que ninguém mostra os sentimentos humanos tão clara e divertidamente como ele. Neste conto, Pauline é uma adolescente envolvida com adultos com sentimentos mesquinhos e atitudes egoístas (entre eles um "lobo" quase cinquentão). Cabe à garota, em sua própria jovem consciência, aprender alguma coisa a partir dos péssimos exemplos que vê à sua volta. Se o cinema tivesse gosto, este seria um filme doce.
Os Vigaristas - Pode ir correndo porque este filme de Ridley Scott vale o dobro do valor do ingresso se somarmos a impressionante atuação de Nicolas Cage. A história sensacional de trapaceiros com (poucos) problemas de consciência. O final é muito bacana justamente por não ser previsível. Filme na categoria "sensacional".
O Amor Custa Caro - Comédia bem feitinha com a estonteante Catherine Zeta-Jones e com George Clooney, que não decepciona neste papel "engraçadinho". O roteiro abusa de uma sequência de fatos inverossímeis, mas a intenção aqui é só divertir, e não contar a verdade. Então vá em frente.
Amém - Mais um filme que mexe com religiões, racismo e feridas da Segunda Guerra. A possível omissão do papa Pio 12 em pleno andamento do holocausto é tratada como fato consumado pelo diretor Costa-Gavras. Duro mesmo é assistir a um épico como esse, de duas horas e 10 minutos, naquelas poltronas horrorosas e desconfortáveis do Belas Artes. Só está passando lá. Portanto, boa sorte para sua coluna vertebral.
Lisbela e o Prisioneiro - Só para reforçar, se você não viu ainda, não sabe o que está perdendo.
Lágrimas do Sol - Este filme é muito maltratado pela crítica, talvez por ter no papel principal o eterno redentor da humanidade, Bruce Willis. Neste caso é uma injustiça porque o filme é muitíssimo bem feito e tem um roteiro excelente. A violência e a miséria que grassam na África estão no centro do roteiro. Fora a trilha sonora, que é linda.
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